Dia Estadual do Funk é celebrado com eventos nos equipamentos culturais municipais

SMC comemora este gênero musical como parte do cenário cultural da cidade e representante da periferia, trazendo-a para os palcos

A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, anuncia uma programação especial para celebrar o Dia Estadual do Funk. Instituído em 7 de julho, é uma homenagem ao cantor MC Daleste, morto nesta data durante um de seus shows.

Hoje, o funk se tornou um dos principais ritmos representantes da periferia e confirma a potencialidade das narrativas que lá surgem. Se coloca como uma forma de resistência, ao vir de uma cultura invisibilizada por grande parte da sociedade, e coloca em pauta questões urgentes a serem debatidas, como o racismo e o preconceito de classe.

Historicamente, produções culturais concebidas pelo movimento negro são alvos de preconceito, como o rap, o samba e a capoeira - estes dois últimos chegaram a ser proibidos no passado e, hoje, são dois dos maiores representantes da cultura nacional - ou então manifestações culturais ligadas a religiões de matriz africana, tais como a umbanda e o candomblé.

A Secretaria Municipal de Cultura entende que a sociedade paulistana é composta por diversas manifestações culturais, vindas e criadas por diferentes realidades. Assim, para celebrar o funk, parte do cenário cultural da capital paulista, os equipamentos culturais municipais recebem diversos eventos e exaltam a importância sociocultural deste gênero, representante de uma realidade que deve ser debatida no âmbito social. Além das programações que ocorrerão ao longo do mês nos equipamentos culturais, a Casa de Cultura Butantã conta com um grande show de encerramento no dia 30 de julho.

Abaixo, confira a programação completa.

 

Irmãs de Pau

Linguagem: Música

Uma das maiores revelações da cena musical LGBTQIA+, foram as Irmãs de Pau que lançaram, no segundo semestre de 2021, o primeiro álbum autoral DOTADAS. O disco já conta com mais de 200 mil reproduções nas plataformas digitais. A dupla teve início no início de 2021, lançando o primeiro single “Travequeiro”, que já acumula mais de 70 mil plays nas plataformas digitais e chega a 30 mil visualizações do clipe no Youtube. A repercussão do lançamento chegou até nas telas da Rede TV, no programa Trace Trends, e da MTV Brasil. Além de Jup do Bairro, o primeiro disco conta com mais duas colaborações, A Travestis, uma das maiores cantoras de pagodão baiano e referência travesti no Brasil, e Alice Guél, famosa na cena underground. Os produtores Mu540, BADSISTA, EVEHIVE, Brisalicia, Pov3da e Apache trabalharam junto com as artistas garantindo experiências musicais fora do normal.

| Casa de Cultura Butantã. Sábado: 30/07, 16h15.

 

MC Luanna

Linguagem: Música

MC Luanna, 27 anos, é cantora e técnica em saúde bucal. Investe na sua carreira musical há cerca de um ano, chega para mostrar a importância do rosa na vida das meninas negras de quebrada. É do bonde da hello kit e traz muita verdade e vivência em suas letras.

MC Luanna iniciou seu trabalho durante a pandemia, momento qual soltou suas primeiras composições, que colocava em evidência questões relacionadas à mulher preta periférica. Dessa maneira, se tornou uma artista reconhecida dentro do cenário do funk paulistano. No evento a MC vai trazer seus hits e uma performance como uma referência direta ao Dia Estadual do Funk, oferecendo assim ao público a experiência da corporeidade periférica que é essa linguagem tão marcante nas periferias paulistanas.

| Casa de Cultura Butantã. Sábado: 30/07, 17h15.

 

Deize Tigrona

Linguagem: Música

Deize Tigrona atua há mais de 20 anos no funk carioca. A funkeira da Cidade de Deus, já se apresentou no Rock In Rio Lisboa (2008), Boiler Room Festival Londres (2019) e outros festivais. Uma das primeiras artistas do funk notada internacionalmente, já sampleada por M.I.A e Diplo nos anos 2000. Com músicas que unem o cômico ao erótico, alcançou rápido sucesso com suas composições. Depois de uma pausa na carreira, Deize retornou em 2019, no selo BATEKOO Records e hoje trabalha em um EP próximo.

| Casa de Cultura Butantã. Sábado: 30/07, 18h.

 

 

MC Lipi | Especial Dia do Funk

 

Linguagem: Música

Nascido na cidade de São Paulo, o funkeiro MC Lipi, de 20 anos já contabiliza mais de 2 bilhões de visualizações em seu canal do YouTube. Com pouco mais de 5 anos de carreira, o artista já tem músicas conhecidas em todo território nacional e vem fazendo seu nome como um dos líderes do movimento “Funk Consciente”. Criado da favela para a favela, denomina-se de funk consciente a nova geração de MCs que sobem nas paradas com músicas emotivas que possuem toques religiosos e falam sobre a vivência nas comunidades. Inspirado pelo pai, que foi músico na juventude, e pelo desejo de levar uma mensagem positiva aos jovens nas comunidades de todo Brasil, Luiz Felipe Messias Lopes, mais conhecido como MC Lipi, começou escrevendo versos quando ainda trabalhava em um depósito de reciclagem no litoral paulista, na cidade de Ilhabela.

No dia-a-dia corrido, o jovem compartilhava com seu sobrinho composições autorais que falam sobre a batalha que é a viver na periferia, a falta de emprego aliada às tentações da vida no crime e sempre destacando Deus como uma das razões da mudança na sua realidade Mesmo tendo alcançado números que vão muito além de suas expectativas, Lipi se mantém humilde e sonhador, pensando em ajudar a todos os que o acompanharam durante sua escalada ao sucesso. O rapaz sempre sonhou em viver da arte e, por conta da educação rígida dos pais, que o manteve focado na busca de uma vida melhor, agora começa a ver os frutos de todo o trabalho duro. Apesar de encabeçar a corrente consciente do Funk, MC Lipi também se diverte e exalta objetos de luxo no maior estilo grau e corte. Uma vertente repaginada do Funk Ostentação. Para a Virada Cultural SP , MC Lipi apresenta vários sucessos, entre eles: “ RELIQUIA, BEM MELHOR, APONTEI PRO CEU e
GRATIDÃO” além do painel de LED com imagens inéditas.

| Casa de Cultura Butantã. Sábado: 30/07, 19h.

 

 

MC Dricka

Linguagem: Música

Fernanda Andrielli Nascimento dos Santos, mais conhecida como MC Dricka, é uma nova voz do Funk, uma jovem cantora de São Paulo que marca seu nome no mundo da música. Com uma carreira rápida, sólida e um currículo gigantesco, a jovem MC/Empresária surgiu no Funk com uma explosão e com apenas 22 anos já ultrapassou a marca de mais de 300 milhões de acessos no Youtube e conta com 3 milhões de ouvintes mensais no Spotify.

| Casa de Cultura Butantã. Sábado: 30/07, 20h.

 

Dj Th4ys convida Caio Prince e Bonekinha Iraquiana

Linguagem: Música

Original do Grajaú, dj Th4ys é filha do dj Dal e carrega toda sua ancestralidade nos sets. Vem se destacando no cenário do funk, eletrofunk e afrobeat, trazendo toda sua vivência periférica nos espaços que transita. Já se apresentou em eventos como Lollapalooza a convite da Coca Cola, Festival Cena, Festival Red Bull Amaphiko, Tropkillaz, Cadê Madalena?, LAB FANTASMA e I.N.T.O., além de abrir shows de nomes influentes como Ludmilla, MC Dricka, BORGES, KYAN, Afrika
Bambaata, Deize Tigrona, Mc Katia, Edi Rock, Quavo, Sidoka, Nabrisa. É uma das poucas mulheres negras reverenciadas pela PIONEER BR, além de ter trabalhado com Kanye West em LA, como cool hunter da YEEZY em Calabasas, CA | us, com Taís Araújo no canal GNT, colabs com Filipe Ret, etc

| Casa de Cultura Butantã. Sábado: 30/07, nos intervalos.