Casas de taipa passam por processos de restauração

As chamadas Casas Bandeiristas são propriedades da Secretaria Municipal de Cultura e resgatam a história paulistana

A Secretaria Municipal de Cultura é proprietária de seis casas de taipa presentes em São Paulo: a Casa do Bandeirante; Casa do Sertanista; Sítio Morrinhos; Casa do Tatuapé; Sítio Mirim; e a Casa Do Sítio Da Ressaca, todas integrantes do Museu da Cidade. Como uma forma de exaltar e preservar a cultura e história paulistana, a pasta se empenha em conservar essas estruturas arquitetônicas que compunham o cenário rural do Município até o século XVIII. Chamadas de Casas Bandeiristas, não por residirem bandeirantes, mas sim por pertencerem a uma geração de arquitetura rural aqui de São Paulo, resgatam uma narrativa histórica da nossa cidade.

Em uma vistoria técnica ao Sítio da Ressaca, Lia Mayumi, arquiteta do Departamento de Patrimônio Histórico/SMC, explica que algumas das propriedades já foram restauradas anteriormente: a Casa do Bandeirante, no Butantã, em 1954; a Casa do Sertanista, no Caxingui, em 1967; e o Sítio Morrinhos, no Jardim São Bento, em 1984 e se estendeu até os anos 2000.

Conta, também, que o Sítio Mirim, em São Miguel Paulista, passou por uma situação única: foi restaurado pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), mas sofreu uma depredação e está em estado de ruína. Atualmente, a SMC está tomando providências para iniciar o processo de restauração entre este ano e os próximos 20 meses.
A casa do Sítio da Ressaca passou por processo de restauração entre os anos de 1978 e 1979. Devido às suas condições de implantação, junto a um muro de arrimo, está com um comprometimento estrutural na sua porção sudoeste, e passa, atualmente, por obras de conservação e de reforço estrutural.

Orlando Perrone, também arquiteto do DPH, explica que a arquitetura se encontra em uma fase de prospecção e que está previsto o reforço estrutural, embasamento e descupinização. "Estamos identificando todos os problemas para, então, propor as soluções mais adequadas para que a casa fique consolidada tanto na parte de revestimento, quanto estrutural", explica.

Todas as casas são construídas com a mesma técnica de taipa de pilão, que consiste na argila de determinada densidade pilada entre duas pranchas de madeira, de modo a construir maciços, como se fossem paredes monolíticas. Mayumi explica que o processo delicado resulta em uma estrutura muito sólida, desde que bem protegidas da água. Por isso, os beirais dos telhados alongados estão presentes em todas as construções.

Saiba onde estão localizadas as Casas de Taipa administradas pela Secretaria:

| Casa do Bandeirante (Butantã). Praça Monteiro Lobato, s/n. Terça a domingo, das 09h às 17h.

| Casa do Sertanista (Caxingui). Praça Ênio Barbato, s/n – Caxingui. Terça a domingo, das 09h às 17h.

| Sítio Morrinhos. Rua Santo Anselmo, 102 – Jd. São Bento. Terça a sexta, das 10h às 16h. Sábados, domingos e feriados, das 10h às 17h. Fechado entre 13/05 e 20/06/2022.

| Casa do Tatuapé. Rua Guabijú, 49, Tatuapé. Terça a domingo, das 09h às 17h.

| Sítio Mirim. Rua Dr. Assis Ribeiro, s/n – São Miguel Paulista.

| Casa Do Sítio Da Ressaca. Rua Nadra Raffoul Mokodsi, 3 – Jabaquara. Unidade temporariamente fechada para visitação.

Confira mais informações no site oficial do Museu da Cidade.

 

SMC na Mídia:

A Revista Veja, edição nº 2790, publicou matéria "Taipa de pilão ganha fôlego com casas reformadas e novas construções" e entrevistou a Lia Mayumi.

Confira a matéria completa aqui.