Neste mês, a programação musical oferecida pela Secretaria Municipal de Cultura está recheada de grandes atrações, para todos os gostos e idades. Este mês se tornou mais especial por acolher dois eventos importantes: o festival Verão Sem Censura e o Aniversário de 466 anos da cidade.
Iniciativa da Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, o Verão Sem Censura é um festival que tem como objetivo dar visibilidade às manifestações culturais censuradas de várias épocas, promovendo assim o debate pela liberdade de expressão. Entre peças de teatro, filmes, exposições e shows, serão mais de 45 atividades gratuitas.
Arnaldo Antunes abre o festival. O cantor teve, recentemente, o clipe de sua música “O Real Resiste” censurado na TV. Com quase 40 anos de carreira e inúmeras músicas de sucesso, ele se apresenta no dia 17, às 20h, na Praça das Artes.
Outro artista que participa da abertura é o DJ Rennan da Penha. O funkeiro é um dos idealizadores do Baile da Gaiola, festa que reúne, semanalmente, cerca de 10 mil pessoas no Complexo da Penha, no Rio de Janeiro, e produziu vários sucessos nos últimos anos, como “Hoje Eu Vou Parar Na Gaiola”, “Vem Amor” e “Me Solta”. A presença do DJ, que foi preso em março e liberto em novembro, é de extrema importância na resistência à criminalização do funk. O show é realizado no dia 17, às 22h30, também na Praça das Artes.
No dia 30, a banda Pussy Riot se apresenta em um palco montado na Rua Vergueiro, altura do nº 1.200, em frente ao Centro Cultural São Paulo (CCSP). Participa do show a cantora Linn da Quebrada, cantora brasileira e ativista pela causa negra e pelos direitos da população LGBTQIA+. O grupo de punk rock feminista é conhecido por sua posição contrária às políticas discriminatórias na Rússia e por suas manifestações pelos direitos femininos. Em 2012, a banda foi presa pelo governo russo após protestar contra as eleições no País naquele ano. No dia anterior à apresentação, o grupo participa de debate no CCSP sobre seu documentário “Act and Punishment”, de Yevgeni Mitta, que será exibido na Sala Paulo Emílio.
Outro grande evento de janeiro é a comemoração dos 466 anos da cidade, no dia 25. A programação terá mais de 300 atividades, distribuídas em cerca de 150 pontos em todas as regiões da cidade.
Um dos destaques é O Grande Cortejo Modernista. Com dez horas de duração, o espetáculo itinerante terá a participação de artistas como Elba Ramalho com Bixiga 70, Karol Conka, Ney Matogrosso e a banda Skank.
Na zona oeste, no Centro Cultural Tendal da Lapa, o cantor Marcelo Jeneci apresenta seu novo álbum “Guaia”, além de seus grandes sucessos, como “De Graça”, “Pra Sonhar” e “Felicidade”. O show do cantor ocorre às 19h.
No Centro Cultural da Juventude, localizado na zona norte, quem comanda a comemoração são os rappers Drik Barbosa, Kamau e Rashid. Rimando desde os 14 anos, Rashid é, ao lado de Emicida, Projota, Criolo e outros nomes, um dos pioneiros na cena atual de rap nacional, sendo influência de muitos novos artistas. Drik Barbosa, por sua vez, chega com seu álbum homônimo, lançado em outubro do ano passado, para se reafirmar como um dos principais nomes do cenário. Com flow afiado em defesa do feminismo e da população negra, a cantora é uma das grandes representantes do rap e do R&B no País. Já Kamau chega para trazer todo o peso da velha guarda do hip hop. Há mais de 20 anos na estrada, o rapper e ex-skatista traz seus grandes sucessos, entre eles “Resistência”, “Por Que Eu Rimo?” e “Lágrimas do Palhaço”, para o palco do CCJ.
Também na zona norte, na Brasilândia, Negra Li faz show às 20h. Natural deste bairro, a cantora coleciona grandes sucessos, como “Não É Sério”, com a banda Charlie Brown Jr.; e “Você Vai Estar Na Minha”. Esse palco fica na Avenida Humbert Gomes Maia.
O rapper Emicida também marca presença na comemoração, apresentando-se na Praça Brasil, na zona leste. Rimando desde 2005, o artista é um dos maiores nomes e influências do cenário hip hop nacional. Ganhador de vários prêmios, Emicida começou sua carreira rimando na Batalha da Santa Cruz, adquirindo destaque nela e com seus trabalhos gravados posteriormente, como o single “Triunfo” (2009). O rapper leva ao palco canções de seu novo disco, “AmarElo”. Em novembro do ano passado, a apresentação da gravação desse álbum ganhou o prêmio de Melhor Show de 2019 da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA).
Na Freguesia do Ó, na zona oeste, o palco terá um dos grandes grupos de forró do País, Falamansa. A banda é responsável por canções como “Xote da Alegria”, “Xote dos Milagres” e “Rindo à Toa”. O conjunto canta sucessos de outros grandes artistas do forró, como Dominguinhos, Luiz Gonzaga, Sivuca e Jackson do Pandeiro. A banda se apresenta às 19h. Além dela, apresentam-se os grupos Rastapé e Miro de Melo & Os Bregapunks.
No Centro Cultural do Grajaú, Mc Lan, Mc Tha, Mc Rodolfinho e outros nomes agitam o projeto Funk da Hora. O evento faz parte do esforço para valorizar e descriminalizar o combatido gênero musical. Além do bairro da zona sul paulistana, o projeto leva artistas também a Heliópolis, com MC Kekel entre os convidados; e em Paraisópolis, com a presença do carioca Nego do Borel.
Por Reinaldo Silva