Construída entre os séculos XVII e XVIII, a Casa do Bandeirante (imóvel do Museu da Cidade de São Paulo) recebe, a partir do dia 6 de abril, “A lógica do lugar”, instalação site specific inédita concebida pelo paulistano Gustavo Rezende. Suas obras fazem parte dos acervos de instituições como o MAM do Rio e de São Paulo, o MAC-USP e a Pinacoteca do Estado.

Para associar arquitetura, espaço e história, o artista plástico criou um muro de pedras com 40 metros de comprimento, que atravessa a casa. A ideia é colocar em evidência diversas camadas de significados e procedimentos ligados à construção e uso da mesma, enfatizando as relações sociais e estéticas do local.

Com 1,2 metro de altura e cerca de 70 toneladas, o muro atravessa toda a extensão da casa e atinge 16 metros da área externa. Por ser feita com pedras, a obra –a maior já concebida pelo artista ao ar livre– remete à arquitetura vernacular do imóvel, isto é, foi feita com materiais do próprio ambiente.

“Essa ponte entre o edifício construído entre os séculos XVII e XVIII e a arte contemporânea oferece uma nova leitura para esse sítio histórico, renovando sua importância à medida que o reconecta com a nossa realidade. A casa incorpora a obra e cria um novo lugar”, diz Rezende.

Por ocupar toda a extensão do imóvel, a instalação impede que o público acesse seu interior. Dessa forma, fica evidenciada a arquitetura como obra, que também funciona como intervenção urbana, propondo uma discussão sobre arte, arquitetura e lugar.

Por Luiz Quesada

| Casa do Bandeirante. Praça Monteiro Lobato, s/nº, Butantã. Zona Oeste. Tel.: 3031-0920. Abertura: dia 6, 11h. Visitação até dia 30/6. 3ª a dom., das 9h às 17h.
Serviço educativo disponível: educativomuseudacidade@gmail.com . Grátis