Monólogo sobre Stela do Patrocínio reestreia no Teatro Arthur Azevedo

“Palavra de Stela” tem dramaturgia e direção de Elias Andreato e é interpretado por Cleide Queiroz

Em 2017, a atriz Cleide Queiroz comemorou 50 anos de carreira artística e, para marcar a data, estrelou “Palavra de Stela”, monólogo especialmente concebido para ela pelo ator, diretor e dramaturgo Elias Andreato. Por essa atuação, Cleide foi indicada ao prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Artes). Agora, o espetáculo volta à cena dia 22 de fevereiro, na sala multiuso do Teatro Arthur Azevedo, na Mooca.

A história, baseada em fatos, acompanha Stela do Patrocínio. Em 1941, quando tinha 21 anos, ela foi internada no Centro Psiquiátrico Pedro II, no Rio de Janeiro, diagnosticada como psicopata e esquizofrênica. Quatro anos depois, foi transferida para a Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá, onde permaneceu até sua morte em 1992. Durante todo esse isolamento, Stela desenvolveu um discurso poético, cheio de angústias, retratando a rotina manicomial e sua visão da vida, do mundo e de si mesma.

Cleide revela ter uma relação muito pessoal com essa história, pois também é uma mulher negra que, durante sua adolescência, conviveu com a internação da mãe com esquizofrenia. Para Andreato, a fala de Stela do Patrocínio leva o espectador a uma reflexão sobre como ela encarava a loucura e a lucidez. “E também chama a atenção para como a sociedade enxerga a diferença e lida com o outro”, conclui.

O projeto foi contemplado pela 8ª Edição do Prêmio Zé Renato, da Secretaria Municipal de Cultura.

Por Luiz Quesada

| Teatro Arthur Azevedo – sala multiuso. Avenida Paes de Barros, 955, Mooca. 50 lugares. 60 min. 14 anos. De 22 de fevereiro a 24 de março. 6ª e sáb., 21h. Dom., 19h. Grátis (retirar ingresso uma hora antes)