Anelis Assumpção apresenta show de “Taurina” no CCSP

Após quatro anos, cantora lança terceiro disco com canções sobre comida, família, feminismo e astrologia

Com todas as músicas criadas na cozinha de casa, o terceiro álbum de Anelis Assumpção, Taurina, é como um prato que acaba de sair do forno e tem sabor inédito e cheiro que traz lembrança boa. O nome do disco remete ao signo astrológico touro, que tem como uma das maiores características o vício pela boa comida. Um elemento marcante das canções é o uso de alimentos como metáfora para o prazer, desejo, sexo, morte e mulher.

“Durante o processo de feitura do disco, eu percebi que as músicas tinham em comum um entrelaçamento de assuntos e sentimentos, e que isso se aproximava de uma interpretação astrológica. Mas para quem não acredita em astrologia, Taurina não é sobre isso. Para quem acredita e gosta, é também”, explica a cantora que se apresenta no dia 14 de junho, no Centro Cultural São Paulo.

O disco contou com participações especiais de artistas como Ava Rocha, Liniker, Tulipa Ruiz, Thalma de Freitas, Céu e Curumim. “Outra característica de touro que é forte no meu trabalho é a habilidade de fazer com que a organização de tudo se torne familiar, e aí os meus colegas acabam virando família também”, conta.

Ainda sobre família, a cantora acredita que a música é um instrumento de cura e ressignificação das relações. Canções como “Receita Rápida”, foi composta por seu pai Itamar Assumpção, um dos maiores instrumentistas da música brasileira, e “Gosto Serena”, que tem na letra as frases “que susto foi te perder” e “saudade que desgraça a palavra” foi dedicada à sua irmã Serena Assumpção, que morreu há dois anos após lutar contra um câncer de mama.

O disco também pode ser relacionado à vaca, animal sagrado para culturas orientais, que cria profunda identidade com a mulher por ser muitas vezes associada à fertilidade e à produção de leite. Para Assumpção, “o disco representa um processo do meu entendimento como mulher e a identificação do público é imediata porque o feminismo é intrínseco às canções. Mesmo que não seja o único propósito, o meu trabalho sempre vai ser feminista porque eu sou feminista”.

Por Juliana Pithon

Serviço:

| Centro Cultural São Paulo. Sala Adoniram Barbosa. R. Vergueiro, 1.000, Paraíso. Centro. | tel. 3397-0001. Dia 14/06, às 21h. Livre. R$25,00