PREFEITURA DE SÃO PAULO

Montagem inédita da ópera “Salomé”, de Richard Strauss, chega ao Theatro Municipal

Baseado em peça de Oscar Wilde, espetáculo fica em cartaz até dia 20 de setembro

29/08/2014 17h44
Para a diretora cênica Livia Sabag, a ópera "Salomé" é
"é um grito contra instituições e ações que oprimem a individualidade” 
(Foto: Desirée Furoni) 


Por Gabriel Fabri

“A busca da vitalidade pelo sensível e um questionamento sobre a capacidade da razão em responder aos anseios da alma humana”. Essas são as questões que a diretora cênica Lívia Sabag considera as mais importantes e atuais na ópera Salomé, que estreia dia 6 no Theatro Municipal de São Paulo. Baseado em uma peça de Oscar Wilde, o espetáculo foi criado pelo compositor alemão Richard Strauss. A nova montagem, inédita, traz a Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo, com regência de John Neschling, e fica em cartaz até o dia 20 de setembro. 

Na trama, o Rei Herodes (Peter Bronder e Jürgen Sacher) pede que Salomé (Nadja Michael e Annemarie Kremer), sua sobrinha, dance para ele em seu aniversário. Em contrapartida, a mulher pede a cabeça de um prisioneiro, João Batista, em uma bandeja. Nesse contexto, ela executa a sensual dança dos sete véus. Para escrever a história na qual a ópera se baseia, o dramaturgo Oscar Wilde se inspirou em passagens dos evangelhos de São Mateus e de São Marcos.

Livia Sabag, que já dirigiu outras três óperas para o Theatro Municipal (a última foi “O Rouxinol”, de Stravinsky, em 2012), detalha a concepção da cena da dança, que considera um diferencial nessa montagem. “Ela acontece em um ambiente onírico, onde o público vê os desdobramentos da imaginação de Herodes, e não somente a dança em si”, afirma. “Dessa forma, eu procurei quebrar a unidade de tempo e espaço da ópera para ressaltar a importância da experiência estética como forma de transformação e transcendência do ser humano”. 

Encenada pela primeira vez na Alemanha, em 1905, a ópera foi chocante para o público. Livia ressalta duas características pelas quais o espetáculo foi importante naquele contexto: “a transgressão estética e erótica e a proposta de uma utopia da afirmação do indivíduo”. Atualmente, o impacto é diferente, mas continua. “Acredito que ainda hoje Salomé é impactante, na medida em que é um grito contra instituições e ações que oprimem a individualidade”, afirma. 

Serviço: Theatro Municipal de São Paulo. Pça Ramos de Azevedo, s/nº, Centro. Dias 6, 9, 11, 16, 18 e 20, 20h. Dia 14, 18h. R$ 40 a R$ 100