"12 prédios centenários são tombados em SP"

Fonte: Globo.com
Do G1, em São Paulo, com Agência Estado

Todos os edifícios preservados estão localizados no Ipiranga.
Prédios integram herança do conde José Vicente de Azevedo.

Ipiranga, na Zona Sul de São Paulo, já pode ser considerado um museu a céu aberto. O Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental (Conpresp) aprovou o tombamento de 12 edifícios da região.

Os prédios fazem parte de um acervo pouco conhecido da maioria dos paulistanos, que associa a área apenas ao Monumento da Independência. “A decisão reconhece o valor histórico, arquitetônico e urbanístico das construções”, festeja Walter Pires, diretor do Conpresp.

Conde
Em análise desde 1993, os 12 edifícios fazem parte da herança do Conde José Vicente de Azevedo, um milionário, que, no começo do século passado, tinha entre seus bens 45 alqueires de terras no Ipiranga. Numa parte de seus domínios, ele construiu casas beneficentes, que atendiam a órfãos, doentes e cegos.

É o caso do Instituto Cristóvão Colombo, de 1895, só para meninos. Ali estudaram filhos de imigrantes italianos, de onde saíram advogados, médicos e comerciantes que ajudaram posteriormente a construir o bairro.

“Seu tombamento preserva a memória do Ipiranga”, diz o vereador Juscelino Gadelha (PSDB), conselheiro do Conpresp. “Muita gente volta ao bairro só para visitar o prédio”, diz Júlio Moreno, diretor de comunicação da Universidade São Marcos. A entidade ocupa dois dos prédios tombados, que antes abrigaram o educandário Sagrada Família e o grupo escolar São José.

Arquiteto Ramos de Azevedo
Em alguns casos, o valor arquitetônico é inegável. O internato Nossa Senhora Auxiliadora, ex-abrigo de meninas, foi projetado pelo arquiteto Ramos de Azevedo, cujo escritório assina o Theatro Municipal e o Mercado Municipal.