Fonte: Folha de S. Paulo

DA REPORTAGEM LOCAL

O Conpresp (conselho municipal de preservação do patrimônio histórico) abriu ontem o processo de tombamento do prédio do colégio São José, no bairro da Liberdade (região central de SP).

Isso significa que o imóvel projetado pelo arquiteto e engenheiro Ramos de Azevedo (1851-1928) está protegido. Para ser alterado, é preciso obter aval do conselho.

O edifício é um dos exemplares de arquitetura institucional de Azevedo e tem estilo neoclássico -como a escola Caetano de Campos, na praça da República (centro).

Segundo a Folha apurou, o Conpresp acelerou o processo de abertura de tombamento por temor de que o imóvel fosse descaracterizado.

A escola, criada em 1880 para ser um externato de meninas, foi desativada no final de 2006 pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, mantenedora do colégio.

O fechamento ocorreu em razão de um déficit mensal de R$ 50 mil e pela queda no número de alunos. Entre as estudantes famosas do colégio estão a pintora modernista Anita Malfatti (1889-1964) e a atriz Glória Menezes.

O prédio, atualmente ocupado pela Faculdade de Direito Prof. Damásio de Jesus, está em reforma. O Departamento do Patrimônio Histórico chegou a fazer uma vistoria externa no local após receber denúncias de descaracterização do imóvel.

A reportagem tentou ouvir a instituição de ensino ontem à noite, sem sucesso.
O pedido de tombamento foi feito pelo vereador Juscelino Gadelha (PSDB).

História
A região da rua da Glória, onde está o prédio do colégio São José, era uma área de chácaras e abastecia a cidade com a produção de alimentos no século 18. Já no século seguinte, a chácara da Glória foi loteada e parte dos terrenos passou a abrigar pequenas residências e comércios.
Os imigrantes japoneses começaram a aparecer na Liberdade no início do século 20. Em 1973, para atender a um pedido da comunidade japonesa -principalmente dos comerciantes-, o bairro passou a adquirir características visuais ligadas à cultura japonesa. (AFRA BALAZINA)