Exposição Oxímoro

2 de julho a 22 de setembro, diariamente, das 10h às 19h

A mostra Oxímoro, do fotógrafo Antonio Saggese, tem o propósito de suscitar um olhar diferenciado sobre a cidade de São Paulo.

São 51 fotografias impressas em papel de algodão, 25 vídeos e duas projeções, expostas no salão principal da Biblioteca, em painéis especialmente confeccionados.

Nesse sentido que Antonio Saggese apresenta a mostra Oxímoro. A vida nas metrópoles está carregada de estranheza, entre a incessante transformação da paisagem, que ergue e destrói, a árdua a busca de individualidade na multidão, e as recompensas da modernidade. A escolha do pinhole decorre da busca de amalgamar o processo técnico de captação das imagens e o assunto abordado: São Paulo que, como metrópole de terceiro mundo, é “desigual e combinada”, um arranjo entre a tecnologia de ponta e o arcaico. O trabalho, portanto, mira a cidade com um olhar onírico, captando cenas espontâneas, evitando, porém, as amarras da abordagem documentária, em combinações conflitantes, entre a aridez e as benesses da metrópole, ligações, por que não, oxímoras. O termo é um substantivo de origem grega que significa, grosso modo, "agudeza estúpida". Oxus = agudeza; Moros = estupidez.

“É a partir do princípio do orifício estenopeico, que Antonio Saggese apresenta Oxímoro; no próprio termo, antítese. Oxus, em tradução livre, pode ser relacionado à agudeza, já Moro à estupidez.
Se o olhar do artista visa a abordagens conflitantes, ora relacionado à aridez ora à amenidade na metrópole paulista, assim também se fazem nas soluções técnicas adotadas. O uso de tecnologias antagônicas reúne o mais arcaico dispositivo de produção de imagem luminosa (o orifício estenopeico) com a mais avançada tecnologia de captação eletrônica, presente nas câmeras fotográficas mirrorless com sensores capazes de sensibilidades extremas.
Dotado de força metafórica, o oxímoro quiçá se definisse como excerto de poesia, pois que constitui uma ilusão que escapa à realidade, permanecendo a meio caminho de uma definição concreta. É oxímoro também o conjunto de fotografias cinéticas (imagens em movimento), cujo olhar do fotógrafo, interessado ou inesperado, busca a cidade, mas principalmente seus personagens, que envolvidos na idiossincrasia de sua própria condição contraditória, exibem-se privados de seu atributo sensorial mais precioso. A aceleração ou lentidão na reprodução de algumas imagens cria uma atmosfera em que os personagens se transformam em alegoria da mutabilidade da vida ou da instabilidade das emoções humanas, para não dizer da precariedade das condições materiais na vida em sociedade.” Fabricio Reiner

Quando: 2 de julho a 22 de setembro, diariamente, das 10h às 19h

Local: Sala Tula Pilar Ferreira