25º Café Literário - Quarto de despejo

Palestra do livro de Carolina Maria de Jesus

25º Café Literário será com o livro Quarto de despejo, de Carolina Maria de Jesus.

 

 

O evento será coordenado pela Prof.ª Janaina Soggia e também contará com a palestra “Carolina e Clarice, a intersseccionalidade de gênero e raça", ministrada pelas Mestras em Literatura e Crítica Literária (PUC-SP), Carolina dos Santos Rocha e Janaina Soggia.

Quando: 23/06, sábado, às 15h

Local: Auditório- 1º andar

Sobre a obra: O diário da catadora de papel Carolina Maria de Jesus deu origem à este livro, que relata o cotidiano triste e cruel da vida na favela. A linguagem simples, mas contundente, comove o leitor pelo realismo e pelo olhar sensível na hora de contar o que viu, viveu e sentiu nos anos em que morou na comunidade do Canindé, em São Paulo, com três filhos.

Sobre a autora: Carolina Maria de Jesus nasceu em Sacramento, no interior de Minas Gerais, no dia 14 de março de 1914. Neta de escravos e filha de uma lavadeira analfabeta cresceu em uma família com mais sete irmãos. Recebeu o incentivo e a ajuda de Maria Leite Monteiro de Barros – uma das freguesas de sua mãe, para frequentar a escola. Com sete anos, ingressou no colégio Alan Kardec, onde cursou a primeira e a segunda série do ensino fundamental. Apesar de pouco tempo na escola, Carolina logo desenvolveu o gosto pela leitura e escrita.

Em 1948 muda-se para a favela do Canindé. Nos anos seguintes, Carolina foi mãe de três filhos, todos de relacionamentos diferentes. Em 1958, o repórter do jornal Folha da Noite, Audálio Dantas, foi designado para fazer uma reportagem sobre a favela do Canindé e por acaso, uma das casas visitadas foi a de Carolina Maria de Jesus, que lhe mostrou seu diário, surpreendendo o repórter que ficou maravilhado com a sua história.

No dia 19 de maio de 1958, Audálio publicou parte do texto, que recebeu vários elogios. Em 1959, a revista O Cruzeiro também publica alguns trechos do diário. Mas foi em 1960 que foi finalmente publicado o livro autobiográfico “Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada”, em edição de Audálio Dantas. Com tiragem de dez mil exemplares, só a noite de autógrafos foram vendidos 600 livros.

Com o sucesso das vendas, Carolina deixa a favela e pouco depois compra uma casa no Alto de Santana. Recebe homenagem da Academia Paulista de Letras e da Academia de Letras da Faculdade de Direito de São Paulo. Em 1961 viaja para a Argentina onde é agraciada com a “Orden Caballero Del Tornillo”. Nos anos seguintes publica: “Casa de Alvenaria: Diário de uma Ex-favelada” (1961), “Pedaços da Fome” (1963) e “Provérbios” (1965).

Apesar de ter um livro transformado em Best-seller, Carolina não se beneficiou com o sucesso e não demorou muito para ela voltar à sua condição de catadora de papel. Em 1969 mudou-se com os filhos para um sítio no bairro de Parelheiros, em São Paulo, época em que é praticamente esquecida pelo mercado editorial.

Fonte: E-biografia