Marilena Chauí

“A Mário foi para mim a descoberta do mundo da cultura.”

É paulistana de nascimento (1941), mas foi criada no interior do estado, nas cidades de Pindorama e Catanduva. Marilena Chauí voltou com a família para a capital aos 14 anos e morou no bairro da Liberdade. Quando estudava no Colégio Roosevelt começou a freqüentar a Biblioteca Mário de Andrade para pesquisar: “A Mário era, vamos dizer, a referência de um enorme e admirável mundo novo possível, sobretudo para uma adolescente vinda do interior”.

Influenciada por seu professor João Villalobos, decidiu cursar Filosofia na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo. Graduou-se em 1965 e seguiu carreira acadêmica na USP, onde hoje é professora livre-docente. É autora de livros sobre ideologia, cultura, universidade pública, além de obras sobre as filosofias de Merleau-Ponty e Espinosa.

Marilena Chauí foi secretária de Cultura da cidade de São Paulo durante a gestão da prefeita Luiza Erundina (1989 – 1992). Ao visitar a Mário de Andrade como secretária ficou assustada com a precariedade do prédio e do acervo,  por isso se empenhou integralmente nos quatro anos para poder, como ela diz, “vê-la pronta e ampliada, bonita, desejada, freqüentada”.

Como usuária da Biblioteca desde muito jovem, Marilena guarda a recordação de uma biblioteca completa, detentora de todo conhecimento existente: “(...) se constituiu para mim um mapa da cidade em cujo centro estava a Biblioteca Mário de Andrade. Ela era a minha referência cultural, minha referência geográfica, minha referência afetiva”.


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Sinopse

• Origem familiar e infância • Relação afetiva com a Biblioteca Mário de Andrade • BMA e seu entorno • Transformações urbanas da cidade de São Paulo (décadas 60 e 70) • Sociabilidade e formação cultural na BMA • Opção pela Filosofia • Ditadura: encolhimento político cultural da cidade • Diferenças entre as bibliotecas universitárias e públicas • Administração na Secretária Municipal de Cultura: problemas e desafios • BMA: decadência e expectativas em relação à reforma (1992) • Diretrizes para a  reformulação da BMA: criação de uma comissão de trabalho e investimento na compra de livros • Mudança de paradigma na política cultural com o desenvolvimento do projeto “Cidadania Cultural” • Programas de mediadores de leitura • Avaliação sobre os projetos mais impactantes: bibliotecas, mediadores de leitura, casa de cultura da COHAB Tiradentes • Responsabilidades como gestora: Mário de Andrade como patrimônio nacional •


Mapa afetivo de São Paulo

Avenida Ipiranga
Avenida São João Avenida São Luis Barba Azul Biblioteca Mário de Andrade Bonde para a Rua Maria Antonia Cinemas de arte da Praça da República Colégio Roosevelt Igreja da Consolação Liberdade Pari Bar Praça Clóvis Bevilacqua Praça da Sé Praça João Mendes Rua Conselheiro Furtado Teatro Arena Teatro Oficina


Expectativas e direções para a BMA

- Revitalizar o prédio;
- Ser uma biblioteca completa, em dia com o mundo cultural;
- Readquirir posição de referência, permitindo acesso à cultura, à produção da cultura e à difusão.


Ficha Técnica

data 10/07/2006 duração 85 minutos mídia 1 DVD / 2 fitas cassetes / 1miniDV transcrição 26 páginas / formato PDF local auditório da Biblioteca Mário de Andrade interlocução Daisy Perelmutter / Lúcia Neíza pesquisa  Alexandre Nakamura / Daisy Perelmutter / Maria Carolina de Ré / Mariana Cordeiro Serra edição audiovisual  André Lara Mello / Sérgio Teichner edição de texto Suely Farah revisão e formatação Edélcio Lavandosk / Jackeline Walendy / Luana Vieira de Siqueira