Clube de poesia: "Seiva veneno ou fruto", de Júlia de Carvalho Hansen

Dia 28/10, às 19h

No segundo encontro do Clube de Poesia Contemporânea com mediação e curadoria de Renan Nuernberger, discute-se Seiva veneno ou fruto (2018), de Júlia de Carvalho Hansen.

Sobre o livro:
"Seiva veneno ou fruto" é um livro com 27 poemas, escritos entre 2013 e 2015. Discutindo a possibilidade de transcendência do real, o livro funciona como um objeto cíclico — ritual incluído na ausência de títulos dos poemas que funcionam como cantos sempre a reverberar. É um livro espiritual, onde luz e sombra são polaridades constantes, assim como a experiência de processos naturais como o vento e tentativas de entendimento de questões fundamentais como a morte. Seiva veneno ou fruto amplia o espectro de conhecimento questionando: como a poesia pode dialogar com deuses, vegetais e animais?

Dividido em quatro partes, articuladas por dois poemas centrais que reinventam o famoso quadrado mágico poético “Sator/Rotas”, o livro parte de uma “Petrografia esparsa”, com poemas de cunho social, aludindo às tantas mortes que marcaram e continuam a marcar o solo da nossa história. Em seguida, “História dos animais” propõe uma zoopoética que não deixa de enxergar a beleza da morte iluminada, por exemplo, numa pedra de âmbar. Já “Quatro cantatas fúnebres” traz, entre outros, poemas dedicados à guerrilheira Dinalva Oliveira e ao poeta e revolucionário salvadorenho Roque Dalton, ambos assassinados por motivos políticos.

É sobre esse chão de morte que o livro grassa, indo e voltando sempre ao tema da morte, para desaguar na parte final, “Lo ferm voler” (referência a um verso do trovador provençal Arnaut Daniel), onde o impulso lírico-amoroso vem reafirmar a vida, o viço e a vontade: “Como quem vê no céu/ que estrelas faltam/ achar em cada falta/ seu desejo/ & assim deliberadamente/ desastrá-lo”.

Quando: 28/10, às 19h

Local: Sala do Pátio - 3º andar