Dicas de Leitura - Paulo Freire

No dia 19 de setembro de 2021 comemoramos o centenário de nascimento do educador, filósofo e professor universitário Paulo Freire. "A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria."

Painel-Paulo-Freire.-CEFORTEPE-SME-Campinas-autor--Luiz-Carlos-Cappellano---Wikipedia.jpgPainel Paulo Freire de autoria de Luiz Carlos Cappellano. CEFORTEPE/SME - Campinas.

Paulo Reglus Neves Freire nasceu no dia 19 de setembro de 1921, na cidade de Recife, e faleceu em São Paulo, em 2 de maio de 1997. É considerado um dos pensadores mais notáveis na história da pedagogia mundial, tendo influenciado o movimento chamado Pedagogia Crítica. Foi um dos fundadores do Serviço de Extensão Cultural da Universidade do Recife e seu primeiro diretor. Desse trabalho elaborou os primeiros estudos de um novo método de alfabetização, apresentado em 1958. Freire foi preso no regime militar e exilado durante 16 anos. Neste tempo, se manteve ativo e produtivo: permaneceu cinco anos no Chile como consultor da Unesco; mudou-se para Genebra, na Suíça, em 1970, onde desenvolveu programas de alfabetização para a Tanzânia e Guiné-Bissau, e ajudou em campanhas no Peru e Nicarágua. Em 1980, voltou definitivamente ao Brasil, passando a ser professor da PUC São Paulo e da Universidade de Campinas (Unicamp).

Foi o brasileiro mais homenageado e está entre os pensadores mais citados do mundo, com pelo menos 35 títulos de Doutor Honoris Causa de universidades da Europa e América; e recebeu diversos galardões como o prêmio da UNESCO de Educação para a Paz em 1986. Em 13 de abril de 2012 foi sancionada a Lei nº 12.612, que declara o educador Paulo Freire Patrono da Educação Brasileira. É em homenagem ao centenário de seu nascimento que dedicamos as Dicas de Leitura de setembro.

Capas dos livros de Paulo Freire selecionados para as Dicas de Leitura

Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa
Pedagogia da Autonomia foi a última obra publicada por Paulo Freire em vida. Apresenta propostas de práticas pedagógicas necessárias à educação como forma de construir a autonomia dos educandos, valorizando e respeitando sua cultura e seu acervo de conhecimentos empíricos junto à sua individualidade. A obra reúne experiências e novos métodos, que valorizam a curiosidade dos educandos e educadores, condenando a rigidez ética que se volta aos interesses capitalistas, que deixam à margem do processo de socialização os menos favorecidos.
Disponível também em pdf: http://www.apeoesp.org.br/sistema/ck/files/4-%20Freire_P_%20Pedagogia%20da%20autonomia.pdf

A importância do ato de ler: em três artigos que se completam
Enfatiza a necessidade de promovermos a leitura crítica, do mundo e da palavra, pois estes são os pontos de partida e e chegada para uma verdadeira educação política transformadora. O livro aborda o valor da leitura, das relações da biblioteca popular com a alfabetização de adultos e traz um relato do pedagogo sobre sua experiência em São Tomé e Príncipe.
Disponível também em pdf: https://cpers.com.br/wp-content/uploads/2019/09/1.-A-Import%C3%A2ncia-do-Ato-de-Ler.pdf

Educação como prática da liberdade
Escrita quando o autor já se encontrava no exílio, a obra reflete a maturação e a autocrítica, sendo o primeiro texto a reflexão sobre suas experiências pedagógicas. Paulo Freire não deixa dúvidas quanto à concepção de educação, defende ardorosamente a pedagogia conscientizadora como força de mudança e libertação. Paulo Freire reporta à experiência pedagógica que realizou antes do Golpe de Estado de 1964 – o método de alfabetização de jovens e adultos no nordeste brasileiro. Escreve também acerca do retrocesso da educação massificadora defendida na ditadura militar.
Disponível também em pdf: http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/otp/livros/educacao_pratica_liberdade.pdf

Professora, sim; tia, não: cartas a quem ousa ensinar
Nesta obra o autor denuncia que a troca da palavra “professora” por “tia” para designar “pessoa que ensina” é uma armadilha ideológica. Nas dez cartas que compõem o livro, o autor analisa as qualidades verdadeiras e autênticas das virtudes éticas que educadores progressistas precisam ter e praticar, se querem ser agentes de transformação social.
Disponível também em pdf: https://nepegeo.paginas.ufsc.br/files/2018/11/Paulo-Freire-Professora-sim-tia-n%C3%A3o-Cartas-a-quem-ousa-ensinar.pdf

Pedagogia do oprimido
Paulo Freire propõe uma pedagogia com uma nova forma de relacionamento entre professor, estudante, e sociedade. Dedicado aos que são referidos como "os esfarrapados do mundo" é baseado em reflexões realizadas durante seu exílio no Chile, período em que ajudou em experiências de educação popular. Freire inclui uma detalhada análise da relação entre os que ele chama de "colonizador" e "colonizado", utilizando como base a "Dialética do Senhor e do Escravo" extraída da Fenomenologia do Espírito de Hegel.
Disponível também em pdf: https://cpers.com.br/wp-content/uploads/2019/10/Pedagogia-do-Oprimido-Paulo-Freire.pdf

Que fazer: teoria e prática em educação popular
Paulo Freire e Adriano Nogueira
Paulo Freire conversa com Adriano Nogueira sobre educação Popular: o processo educativo que rompe com a tradição educacional ocupada apenas com uma minoria social (a elite opressora) e que confere à educação um conteúdo social (e não individualista) e uma dimensão ativamente política (e não passiva). Neste livro descortinam-se largos horizontes, o que revela a complexidade e a grandeza da questão e aponta para a necessidade de elaboração mais detalhadas. Aqui, no entanto, plantam-se idéias e surgem expressões, como: “conhecer pela via do corpo”, “mão que pensa”, conhecimento científico com “saber melhor o que se está fazendo”, “cultura de lutas” distintas de “cultura de livros”, a escola como “espaço de opções políticas”, a superação da limitação, da pobreza e da carência através de ações solidárias, o “estar opcionado pelos marginalizados”.
Disponível também em pdf: https://nepegeo.paginas.ufsc.br/files/2018/11/Paulo-Freire-Adriano-Nogueira-Que-fazer-Teoria-e-pr%C3%A1tica-em-educa%C3%A7%C3%A3o-popular.pdf

À sombra desta mangueira
O autor inicia a obra quase como uma conversa sobre suas reflexões embaixo da árvore do quintal da infância e como essa vivência na terra nordestina lhe deu suporte para o conhecimento que compartilhou com o mundo; também destaca como isso sustentou sua esperança no exílio. A obra contém doze partes com títulos que explicam os temas abordados, tais como Esperança, Limite da direita, Neo Liberais e Progressistas, Gestão Democrática, entre outros.
Disponível também em pdf: https://pt.scribd.com/document/433587133/Livro-A-sombra-desta-mangueira-Paulo-Freire-pdf

Outras obras de Paulo Freire  disponíveis no acervo do Sistema Municipal de Bibliotecas:
A educação na cidade, Ação cultural para a liberdade e outros escritos, Educação e mudança, Ação cultural para a liberdade e outros escritos, Pedagogia da esperança : um reencontro com a pedagogia do oprimido, Cartas à Guiné-Bissau : registros de uma experiência em processo, Vivendo e aprendendo: experiências do Idac em educação popular, e Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa.

Atenção: o link do título é elaborado por um ISBN para facilitar o direcionamento da obra no catálogo. Pesquise também pelo autor, título ou assunto para localizar outras edições e a disponibilidade. Consulte o Catálogo Online para saber em quais bibliotecas estão disponíveis estes e outros livros.

Consulte a lista das bibliotecas pelas regiões de São Paulo para localizar a mais perto de você.

Links sobre Paulo Freire:
Instituto Paulo Freire - https://www.paulofreire.org/
Memorial Virtual Paulo Freire - http://www.memorial.paulofreire.org/
Wikipedia - https://pt.wikipedia.org/wiki/Paulo_Freire

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