Festival reúne contadores de histórias

“Uma boa história é aquela que faz rir, chorar ou ter medo” disse certa vez a neta da escritora Tatiana Belinky – uma das mais importantes autoras brasileiras de livros infanto-juvenis da atualidade. A fórmula da menina parece determinar toda a programação do 3º Festival A Arte de Contar Histórias que reúne contadores de diferentes estilos em 28 bibliotecas e seis parques da cidade. Fábulas sobre bruxas, assombrações, princesas, bichos e personagens do folclore brasileiro poderão ser apreciadas a partir do dia 16.

Para abrir o evento, a Biblioteca Hans Christian Andersen oferece oficinas, mesas-redondas e palestras com representantes do gênero, como Chico dos Bonecos, Valdeck de Garanhuns, César Obeid e grupo Meninas do Conto. No mesmo local, será inaugurado dia 27 um acervo temático de contos de fadas.

Pesquisador da tradição oral brasileira e contador de histórias há 21 anos, Giba Pedroza coordena, dia 17, a oficina A palavra na construção de imagens. “Quero mostrar que a palavra tem diferentes significados para cada ouvinte, e mais importante que a preocupação com o conhecimento lingüístico deve ser a capacidade de criar imagens”, explica. Outros encontros dão destaque à maneira de utilizar a voz, o corpo e os objetos durante as histórias.

As narrações contam com histórias do folclore brasileiro e da literatura infanto-juvenil. Travessuras do Saci-Pererê sob a ótica de uma caça-saci, em Aventuras de uma sacióloga, clássicos de Hans C-hristian Andersen como O soldadinho de chumbo e O guardador de porcos, lendas indígenas, e até personagens da obra de Machado de Assis integram a programação.

Uma das pioneiras em contar histórias pela televisão, Gigi Anheli – que estreou na TV Cultura, em 1977, o infantil de sucesso A turma do bambalalão –, é destaque, dia 21, no Parque da Luz. Ao lado do companheiro no programa, Doctor Xyss, a atriz interpreta sua adaptação para Os músicos de Bremen e O flautista de Hamelin, contos com-pilados pelos irmãos Grimm. O pescador e a sereia, inspirado em uma história popular brasileira, completa a apresentação. Durante a atividade, serão confeccionadas dobraduras de papel. As narrações ao ar livre acontecem, também, nos parques da Aclimação, Anhangüera, Ibi-rapuera, Carmo e Piqueri.

Já a atriz Theda Cabrera apresenta, dia 19, na Biblioteca Cora Coralina, e dia 21, nos parques do Carmo e Piqueri, dez histórias baseadas na obra O círculo dos mentirosos: contos filosóficos do mundo inteiro, do escritor francês Jean-Claude Carrière. Na narrativa – a única com temática exclusivamente adulta do festival –, são questionadas as angústias do ser humano.

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