Espelhos dispostos pela sala, imagens tridimensionais em pequenas caixas, blocos de vidro e jogo de luz e sombra constróem o ambiente para quem percorre a exposição Estados poéticos, da artista plástica e poetisa Ana André, instalada na Biblioteca Álvaro Guerra a partir do dia 4.

A poesia – fio condutor de seu trabalho – é percebida em cada peça. “Alguns dizem que ela morreu, mas está por todos os lados. As pessoas ainda se identificam com a palavra”, defende. Trechos de seus poemas se encontram espalhados pelas obras. Os efeitos de iluminação brincam com o espectador, que enxerga as frases à medida em que sombras são projetadas. Muda a luz, muda a leitura.

No espaço ilusório dos espelhos, as imagens se multiplicam ou refletem umas às outras, dando a sensação de movimento e fragmentação. “Vivemos em uma sociedade de consumo que busca o externo. Os espelhos que não refletem a imagem de quem olha são um alerta para que as pessoas olhem para dentro de si”, diz Ana.

Para complementar a exposição, a artista lança o livro Objeto poético – estados da alma. O formato da publicação lembra um encarte de CD. São mais de 30 poemas e imagens diagramados de maneira a permitir que o leitor escolha a ordem a seguir.

Serviço: Biblioteca Álvaro Guerra. Abertura dia 4, 14h30. Dias 5 e 8, das 8h às 17h. Dia 6, das 9h às 16h. Grátis