PREFEITURA DE SÃO PAULO

BAIRRO DE PERUS

10/11/2008 10h55

bairro Bairro mais setentrional de São Paulo (a despeito de dificilmente ser visto como integrante da Zona Norte da Capital), situado na região do Vale do Rio Juquery e da Serra Cantareira, Perus é um núcleo urbano isolado do restante da cidade por um cinturão verde cada vez mais tênue.

A busca de ouro foi tema recorrente durante os primeiros estágios da ocupação portuguesa do Brasil. O impacto do mito que se criaria acerca do ouro de Jaraguá foi tamanho que, em 1839.... foram as primeiras descobertas no Brasil. Produziram muito durante a primeira metade do século dezessete, e as grandes quantidades de ouro de lá canalizadas para a Europa granjearam para a região o cognome de segundo Peru.

"Segundo Peru", "Peru do Brasil" denominações cuja popularidade rivalizava com o nome oficial da região no Período Colonial: "Ajuá" (nome de um arbusto espinhento).

A região do Vale do Rio Juquery e da Serra da Cantareira foi zona de passagem de tropas militares e importante entreposto de abastecimento durante o período colonial e sob a vigência do Império, fato que ficaria materializado em vias que fazem a ligação entre Perus e os bairros de Parada de Taipas e Jaraguá.

No ano de1867, junto com o restante da São Paulo Railway (atual E. F. Santos-Jundiaí), foi inaugurada a Estação de Perus, dando início a um processo de urbanização do Vale cujos grandes marcos foram a Companhia Melhoramentos de São Paulo (1890), o Hospital Psiquiátrico do Juquery e sua Fazenda (1898), a Estrada de Ferro Perus-Pirapora (EFPP, 1910) e a Companhia Brasileira de Cimento Portland (1926). Também digna de menção é a Fábrica de Pólvora erguida a uns duzentos metros da Estação de Perus, da qual restam alicerces. Nos primeiros anos da República, junto com a Ipanema, esta Fábrica foi a principal fornecedora de munição para o sistema de defesa do Porto de Santos. Como resultado dessas iniciativas, seriam criados os núcleos fundamentais de Perus e de suas cidades-irmãs: Caieiras, Franco da Rocha, Francisco Morato e Cajamar.

O acesso ferroviário trouxe a vinda de novos proprietários para Perus, nomes que, em sua maioria, estão estampados nas placas de ruas e avenidas do bairro.

Período que se encerra em 1926 com a entrada em funcionamento da Cimento Perus, primeira indústria do ramo no país. Ao longo das quatro décadas seguintes, a fábrica atendeu uma parcela do mercado que variou entre um terço e um quinto das demandas nacional e paulista. Em Perus foi produzido o cimento utilizado na construção da maioria de seus edifícios, nos túneis e viadutos da Avenida 9 de julho, na Biblioteca Mario de Andrade, nas obras da Light em Santos, no trecho inicial da Via Anhangüera, entre outros.

Em 21 de setembro de 1934 Perus foi elevado a Distrito, data reconhecida pela Câmara Municipal de São Paulo como fundação do bairro.

Na década de 70, o crescimento ficaria restrito à Vila Nova Perus. Do ponto de vista urbanístico, o principal destaque vai para a Rodovia dos Bandeirantes, inaugurada em 1973, cuja construção implicou na desapropriação de cerca de metade da Vila Inácio e de um terço do Jardim do Russo.

A Paróquia fez-se presente no trabalho de organização dos setores mais carentes e no atendimento de demandas sociais criando, ainda nos anos 70, a primeira creche de Perus.

O fim da emissão de pó-de-cimento (1980, produto final de uma luta iniciada em 1973), o fechamento da Perus-Pirapora (1983) e da Fábrica (1986) anunciam um período no qual Perus, finalmente convertido em bairro-dormitório, já dispõe de um dinâmico setor de serviços.

Outro aspecto importante é que, nos momentos em que os trens da CBTU/CPTM e o transporte por ônibus (e, mais recentemente, peruas e vãs) atingem níveis razoáveis de eficácia, Perus fica subitamente próximo, a não mais que meia hora da Lapa e das Estações Barra Funda e Luz, situação que contrasta com municípios mais afastados da Capital. Além disso, Uma das maiores obras da América Latina, o Rodoanel Viário, teve seu início justamente por Perus.

Verifica-se nos anos 80 uma brusca aceleração do crescimento urbano, e a partir da década de 1990 a região passa por uma expansão sem precedentes. A região é servida por duas grandes rodovias - Anhangüera e Bandeirantes além da Raimundo P. de Magalhães, de menor porte, mas que ainda é bastante utilizada como acesso a outros municípios próximos à Capital, tornam o Bairro estratégico.


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 Pe Jose de Anchieta