BIOGRAFIA DA PATRONESSE LENYRA FRACCAROLI

Lenyra Fraccaroli

Zelar pela infância não significa apenas abrir escolas e alfabetizar as crianças, mas também, e principalmente, criar condições e ambientes que permitam às crianças desenvolver suas aptidões com plena realização de seus sonhos infantis.
A função de uma Biblioteca Infantil está dentro da educação moderna.

Lenyra Camargo Fraccaroli 

Em 21 de Abril de 1906, nasce em Rio Claro, interior de São Paulo, Lenyra Camargo Fraccaroli.

Mudando-se para a capital, formou-se professora, em 1932, pela Escola Normal de São Paulo (Escola Normal da Praça).

Participa da Revolução Constitucionalista de 32.
Entre 1933 e 1935, dirigiu a Biblioteca Infantil Caetano de Campos, da Escola Primária Anexa àquela Escola Normal.

Com a experiência adquirida no período na direção dessa biblioteca, em junho de 1935, foi convidada pelo Diretor do Departamento de Cultura, Mário de Andrade, para organizar a primeira biblioteca infantil do Estado de São Paulo e dirigir-lhe as atividades, o que fez até 1961. Foi amiga do escritor Monteiro Lobato por vinte e cinco anos. Ele teve uma presença atuante na biblioteca. Costumava ler o jornal das crianças (o “Voz da Infância”) e habitualmente conversava com os frequentadores.

Em 1940, Lenyra diplomou-se como bibliotecária pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo e, de 1950 até se aposentar em 1961, dirigiu a Divisão das Bibliotecas Infanto-Juvenis de São Paulo, implantou a Biblioteca Braille, em 1947, e atuou intensamente na organização, instalação e funcionamento de 20 bibliotecas infantis públicas na capital paulista, além de ter participado da organização de outras no interior paulista e em outros estados do País. Suas idéias e projetos avançados para a época projetam-se para além das fronteiras nacionais.

Em 1956 torna-se Presidente da Associação Paulista de Bibliotecários. Recebe inúmeras condecorações por reconhecimento por seus trabalhos e pioneirismo na área da cultura.

Lenyra ministrou cursos e palestras, participou de congressos nacionais e internacionais sobre bibliotecas infantis e literatura infantil.

Em 1975, foi sócia-fundadora do CELIJU - Centro de Estudos de Literatura Infantil e Juvenil, idealizado por Odete de Barros Mott e Idaty Brandão Onaga e de que participou também Nelly Novaes Coelho. Em 1978, criou a Academia Brasileira de Literatura Infanto-Juvenil, de que foi Presidente Honorário e Vitalício.

Escreveu dezenas de textos, entre artigos, capítulos, entrevistas, boletins, pareceres sobre livros, cartas, catálogos e a Bibliografia brasileira de literatura infantil em língua portuguesa (1953) - primeira publicação do gênero no Brasil – com objetivo de servir de referência para os catalogadores das bibliotecas infantis e escolares.

Por sua destacada atuação na implantação de bibliotecas infantis públicas, tornou-se referência para bibliotecários, professores e escritores de livros para crianças, recebeu dezenas de homenagens - como a de patronesse de biblioteca e salas de leitura - e de títulos - como o de Sócia Benemérita da Associação Paulista de Bibliotecários - e foi Presidente do Comitê Interamericano de Bibliotecas Infanto-Juvenis para a América Latina.

Faleceu na capital paulista em 18 de janeiro de 1991.

 

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