Estado de São Paulo adere a pacto de proteção da Amazônia

Na frente do Japão, o Estado de São Paulo é o maior consumidor de madeira amazônica do mundo. Agora, São Paulo tornou-se o primeiro Estado fora da Amazônia a aderir ao Pacto Pela Valorização da Floresta Amazônica.

O prefeito de São Paulo participou nesta sexta-feira (26/10) de cerimônia em que o Governo de São Paulo aderiu ao Pacto Pela Valorização da Floresta Amazônica, um evento promovido por várias organizações não-governamentais cujo objetivo é acabar com o desmatamento na Amazônia em sete anos, por meio de metas de redução. O governador José Serra participou do ato. Desde junho de 2005, São Paulo é uma Cidade Amiga da Amazônia por ter assumido compromisso de banir madeira ilegal das licitações públicas. A Capital paulista tornou-se o primeiro município brasileiro a decretar a exigência de garantia de origem de toda a madeira adquirida para ser usada em obras públicas.

Na frente do Japão, o Estado de São Paulo é o maior consumidor de madeira amazônica do mundo. Agora, São Paulo tornou-se o primeiro Estado fora da Amazônia a aderir ao Pacto Pela Valorização da Floresta Amazônica, que conta com a participação de entidades como Instituto Socioambiental, Greenpeace, Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, Instituto Centro de Vida, Conservação Internacional Brasil, The Nature Conservancy, Amigos da Terra, Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia e Worldwide Fund for Nature.

Durante o evento, o prefeito leu trecho do Almanaque Brasil Socioambiental, do Instituto Socioambiental: "A integração entre os diferentes níveis do universo faz com que muitos dos seus elementos sejam dependentes de todo o resto, como a Terra, que também é um sistema composto pelos elos de uma mesma cadeia, desde os ecossistemas mais simples, passando por biomas, chegando a estruturas climáticas regionais e globais, influenciadas, por sua vez, por forças cósmicas. O aquecimento causado pela industrialização ou desmatamento em uma área do planeta contribui para alterações até mesmo em regiões distantes".

Em seguida, o prefeito de São Paulo acrescentou: "É evidente que é isso que acontecerá e acontece com o Brasil e com o mundo, a medida em que nós não cuidemos da nossa Amazônia. É por isso que a Cidade de São Paulo se associa, assina esse pacto e participa desta campanha".

O secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente, também presente à solenidade, lembrou: "São Paulo é uma das únicas cidades do Brasil a fazer inventário ligado ao efeito estufa, que mostra que 25% de todos os gases produzidos aqui provêm do lixo. A Prefeitura conseguiu equacionar o problema, captando metano nos aterros São João e Bandeirantes e transformando-o em energia, neutralizando cerca de 20% das emissões do Município".

O Governo do Estado iniciou ações de combate ao comércio de madeira ilegal com a Operação Primavera, que fiscalizou caminhões de transporte nas estradas e depósitos de madeira. Foram 310 metros cúbicos apreendidos em rodovias, com multas arbitradas em R$ 234 mil. Nas ações em depósitos foram apreendidos 210 metros cúbicos e expedidos R$ 300 mil em multas. "Essas madeiras estão apreendidas por nossa fiscalização. Vamos continuar as ações em Sorocaba, Campinas e Ribeirão Preto. Estamos procurando cercar a entrada de madeira ilegal em São Paulo", disse o secretário estadual do Verde e do Meio Ambiente, Francisco Graziano.

"Do ponto de vista econômico, a destruição da Amazônia é de uma irracionalidade total", justificou o governador Serra. "A Amazônia é um patrimônio insubstituível e sua preservação contribui para evitar o aquecimento global. Tanto a Prefeitura quanto o Governo do Estado estão tomando medidas para restringir e proibir o consumo de madeira extraída ilegalmente, com fiscalização de estradas e apreensões em depósitos. Além disso, queremos participar desta mobilização política pela defesa da floresta", explicou o governador do Estado.