Posto de combustível é interditado e gerente é preso no Brooklin

Atendendo à denúncia anônima, fiscais da Prefeitura flagraram que o posto tinha fiação exposta e extintores vencidos, o que compromete a segurança do local. Segundo o secretário municipal de Habitação, os técnicos suspeitaram de botões na parede, escondidos atrás de um balcão.

O prefeito de São Paulo determinou nesta segunda-feira (25/06) a interdição do Auto Posto Safári, que fica na avenida Padre Antônio José dos Santos, no Brooklin, Zona Sul de São Paulo. Equipes do Contru (Departamento de Controle do Uso de Imóveis, da Secretaria Municipal de Habitação) e da Subprefeitura de Pinheiros constataram que o estabelecimento tinha um tanque clandestino que estocava gasolina adulterada suspeita de ser comercializada, não dispunha de licença de funcionamento e não atendia normas de segurança. Além de lacres, o posto foi fechado com malotões (blocos de concretos de uma tonelada) e multado em R$ 850 por não ter alvará e em R$ 1.090 por não tê-lo fixado em local visível. Após a descoberta da gasolina adulterada, o gerente do estabelecimento foi preso em flagrante e encaminhado à 2ª Delegacia Fazendária.

"Mais um posto é interditado pela ação da força-tarefa da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Prefeitura e Governo do Estado. Vamos continuar nesta cruzada", afirmou o prefeito. "É muito importante a participação do paulistano. As pessoas precisam denunciar sempre que houver suspeitas de que um posto comete irregularidades. Não pode haver venda de combustível adulterado. Temos que zelar pelo direito dos paulistanos e dos proprietários de veículos", defendeu o prefeito.

Atendendo à denúncia anônima, fiscais da Prefeitura flagraram que o posto tinha fiação exposta e extintores vencidos, o que compromete a segurança do local. Segundo o secretário municipal de Habitação, os técnicos suspeitaram de botões na parede, escondidos atrás de um balcão. Dessa forma descobriram uma válvula reversora, que serve para alternar gasolina normal e gasolina adulterada do tanque clandestino que serve as bombas de combustível que abastecem os veículos. Funcionários utilizaram uma britadeira para encontrar o tanque clandestino, que estava encoberto por concreto. A gasolina encontrada no tanque clandestino tinha 47% de álcool, enquanto o percentual permitido pela ANP é de 22% a 24%.

O tanque clandestino é utilizado para enganar a fiscalização. Enquanto o tanque regularizado armazena combustível normal, o outro estoca o adulterado. Quando os fiscais chegam, a válvula reversora é acionada para que as bombas sejam abastecidas com gasolina dentro dos padrões da ANP, frustrando a ação de fiscalização.

O posto interditado tem a marca BR (Petrobrás), mas não vende combustível da BR Distribuidora. A ANP investiga se havia comercialização entre congêneres - ou seja, venda de gasolina entre postos, que é ilegal - e infidelidade de bandeira. A ANP já havia interditado o estabelecimento no mês passado por vender gasolina adulterada, mas o posto foi reaberto depois de atender todos os requisitos exigidos. A força-tarefa de combate à adulteração de combustível já interditou 113 postos em São Paulo.

Para o prefeito, o combate ao comércio de combustível adulterado será auxiliado por legislação que autoriza a retirada das bombas de combustível dos postos flagrados cometendo o crime. A medida impede que violem os lacres e voltem a funcionar. A nova legislação foi recentemente aprovada na Assembléia Legislativa e só espera a sanção do governador do Estado. "Espero que nos próximos 45 dias tenhamos o convênio assinado com o Sincopetro para retirar os equipamentos", informou o prefeito. O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de São Paulo (Sincopetro) ficará responsável pela guarda dos equipamentos.