Prefeito verifica danos no lago do parque da Aclimação

O extravasor do lago se rompeu durante fortes chuvas que caíram na cidade, drenando o lago. A Prefeitura contratou, em caráter emergencial, uma empresa que já trabalha para identificar a causa do problema.

O prefeito de São Paulo esteve na manhã desta terça-feira (24/02) no parque da Aclimação (Centro) para verificar a situação do lago que esvaziou por conta de um problema em seu extravasor. O equipamento se rompeu na segunda-feira durante as fortes chuvas que caíram sobre a cidade, drenando completamente as águas.

A Prefeitura contratou, em caráter emergencial, uma empresa que já trabalha para identificar a causa do problema. A expectativa é ter resultados nestas terça ou quarta-feiras. O extravasor faz parte do vertedouro, equipamento responsável por manter o nível da água do lago, dando vazão ao excesso.

"As chuvas de ontem tiveram um volume extraordinário. Aqui, no parque da Aclimação, no lago, além do volume de água bastante intenso, nós tivemos muito possivelmente um desgaste do extravasor. A parte inferior do extravasor foi embora, a água levou. Talvez tenha sido um desgaste do próprio material", afirmou o prefeito.

"Falando como engenheiro, o projeto e a obra para recuperar o lago não são difíceis e serão executados o mais rápido possível", disse.

Os córregos Pedra Azul e Jurubatuba, canalizados, passam próximos ao lago e recebem as águas provenientes do extravasor. "Não houve problemas na galeria. Na última segunda-feira (23), devido ao volume de água, pode ter ocorrido um refluxo e isso pode ter sido a causa do problema aqui no lago. Mas isso tudo ainda é hipótese", afirmou o diretor do Departamento de Parques e Áreas Verdes da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente.

Um tubo, que liga o extravasor à galeria, localizado no vertedouro, se rompeu. O prefeito afirmou que as obras previstas em cronograma para serem realizadas no parque da Aclimação serão antecipadas, para acelerar a solução do problema no lago.

Agentes da secretaria recolheram animais que viviam no lago. Eles estão sendo levados ao parque do Ibirapuera, onde permanecerão até que as condições no lago da Aclimação sejam normalizadas. Todas as aves aquáticas foram resgatadas, exceto por uma fêmea de cisne negro, que deve ser resgatada em brave. Cerca de 40 aves ornamentais, entre marrecos, patos de solo, gansos, além de cágados, e mais de 200 peixes. Muitos peixes foram levados junto com as águas. Foram drenados cerca de 70 milhões de litros d'água.

A Sabesp modernizou a estação do lago do parque da Aclimação, que foi inaugurada há cerca de um ano. Desde então, funciona automaticamente, 24 horas por dia, em investimentos de aproximadamente R$ 800 mil. Há cerca de um mês, foi instalado o sistema de recirculação do lago, que ajuda a limpar a água e mantê-la em boa qualidade, que custou cerca de R$ 170 mil.

O córrego Pedra Azul é um dos 40 córregos incluídos na primeira fase do programa Córrego Limpo, parceria da Prefeitura de São Paulo e do Governo do Estado, por meio da Sabesp, que deverá despoluir em 10 anos, 300 córregos da capital. Em 2009, outros 60 córregos começam a receber as ações.

Enchente no Aricanduva

As fortes chuvas que caíram em toda região da grande São Paulo também causaram transtornos na Zona Leste. O córrego Aricanduva transbordou na região das ruas Iemanjá, Vasco Nascimento, Ganges e Pataxó. Além da precipitação naquela região, as fortes chuvas que atingiram a cabeceira do córrego e seus afluentes nas cidades próximas a capital agravaram o problema.

"Essa região que teve o alagamento é um local que ainda não foi beneficiado com a conclusão das obras. Não tem nenhuma vinculação com as obras já realizadas", esclareceu o prefeito.

"Mais um piscinão está sendo feito, nove mini-piscinões estão previstos para ser entregues. Se o andamento permitir, esperamos concluir essas obras ainda este ano, para que a gente possa, definitivamente, não ter mais alagamento naquela área, beneficiando milhares de pessoas que moram naquela região", afirmou ele.

A Secretaria de Infra-estrutura Urbana e Obras (Siurb) já executou no Aricanduva o alargamento e aprofundamento da calha num trecho de 4,5 quilômetros, entre a rua dos Latinos e a avenida Ragueb Chohfi. Em 2008, foram investidos aproximadamente R$ 90 milhões.

Atualmente, a secretaria concentra esforços justamente nos chamados pontos baixos: as ruas Iemanjá, Baquiá, Tumucumaque, Manilha e Dalila, com a construção dos pequenos reservatórios. Essas intervenções foram iniciadas em 2007 e têm prazo de entrega de três anos.

"Tanto o Aricanduva quanto o Pirajussara, que tem sido as duas bacias mais complexas e mais atingidas pelas chuvas nas últimas décadas, terão muito possivelmente os problemas relacionados às chuvas intensas resolvidos", concluiu o prefeito.