Lista de espécies de animais que vivem em São Paulo é divulgada

Divulgada no Dia Internacional da Biodiversidade, dia 22 de maio, a lista de espécies silvestres da capital é o ponto de partida para elaboração de planos para conservação de áreas verdes e importante ferramenta para monitoramento ambiental.

A Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente divulgou, no Dia Internacional da Biodiversidade, celebrado em 22 de maio, a nova lista de espécies silvestres observadas em áreas verdes na capital paulista. A relação é ponto de partida para a elaboração de planos de manejo e de conservação de áreas verdes e constitui importante ferramenta para o monitoramento ambiental. O Inventariamento Faunístico em Áreas Verdes do Município de São Paulo é feito pela Divisão de Fauna da secretaria desde 1993.

Dentre os novos registros do levantamento estão aves florestais com habitat restrito (furnarídeos, tamnofilídeos, tiranídeos e traupídeos), aves de ambientes aquáticos e brejos (saracura, maçarico, patos silvestres e flamingo-chileno) e uma espécie de campo e áreas abertas, o inhambu-chororó. Entre as espécies ameaçadas de extinção, destacam-se o apuim-de-costas-pretas, o sabiá-cica, a maria-leque, o pixoxó e a cigarra-verdadeira, registradas na APA Capivari-Monos, uma das áreas municipais de maior importância para a conservação da ornitofauna paulistana.

As regiões estudadas abrangem 81 áreas dentro do município de São Paulo, incluindo as APAs Capivari-Monos e Bororé-Colônia, parques municipais e estaduais, parques lineares e outras áreas verdes de interesse. Foram computadas 700 espécies, uma riqueza surpreendente para a cidade mais populosa da América do Sul, condição que leva justamente a uma expectativa oposta. As espécies estão distribuídas em três grupos de invertebrados e cinco grupos de vertebrados.

Dentre os invertebrados, estão catalogadas 137 espécies. Os vertebrados estão representados por 563 espécies; 23 peixes, 45 anfíbios, 40 répteis, 372 aves e 83 mamíferos. Do total de vertebrados, 127 espécies são endêmicas da Mata Atlântica, ou seja, são encontradas apenas neste bioma. Esse número corresponde a 22% do total de vertebrados.

Considerando as espécies em risco de extinção no estado de São Paulo (Decreto Estadual n° 53.494, de 2008), 30 espécies da fauna da Cidade estão ameaçadas, 22 estão quase ameaçadas e 13 apresentam dados insuficientes. Das 23 espécies de peixes, 17 (74%) são nativas e seis (26%) são espécies exóticas introduzidas no Brasil. No grupo dos anfíbios ocorrem 45 espécies e, destas, 27 (60%) são endêmicas da Mata Atlântica e uma exótica introduzida.

Foram adicionadas 85 espécies novas ao grupo das aves, o mais estudado em São Paulo, totalizando 372 espécies no Município. Destas, 24,5% são endêmicas da Mata Atlântica, 11% constam em algum nível de ameaça das listas estadual, nacional e global e três são exóticas.

Trinta espécies são rapinantes (gaviões, falcões e corujas), exímios predadores de topo da cadeia trófica, 19 são beija-flores e 25 são saíras e sanhaços, que figuram entre as aves mais coloridas e belas do neotrópico. A família dos papa-moscas (tiranídeos) possui o maior número de representantes, com 51 espécies. Algumas aves são migratórias, visitantes dos hemisférios norte ou sul, como o falcão-peregrino, a águia-pescadora, os maçaricos e o verão.

Entre os mamíferos, estão presentes 12 espécies de marsupiais, conhecidos popularmente como gambás e cuícas, uma preguiça, três tatus, cinco macacos nativos e dois introduzidos, 32 morcegos, quatro felinos, entre eles a onça-parda e a jaguatirica, um cachorro-do-mato, três espécies de mustelídeos (irara, furão e lontra), duas espécies de procionídeos, conhecidos como mão-pelada e quati, uma anta, um porco-do-mato, um veado, um coelho, um esquilo, dois ratos exóticos e seis silvestres, um ouriço, um preá, uma paca, uma capivara e um ratão-do-banhado. Dentre as novas espécies observadas, o destaque é o primeiro registro para o Município do muriqui-do-sul ou monocarvoeiro, o maior e um dos mais ameaçados primatas das Américas, que empresta seu nome à APA Capivari-Monos. Esse importante registro, juntamente com os do sagüi-da-serra-escuro e o sauá, aumenta a relevância da APA Capivari-Monos como área para a conservação da biodiversidade.