São Paulo, 07 de outubro - A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS), inaugurou na manhã desta sexta-feira, 7 de outubro, o 12º Centro de Acolhida Especial (CAE) para Mulheres em situação de rua, localizado na Vila Nova Curuçá, zona leste da cidade. Este é o segundo equipamento, onde funcionava uma unidade da Fundação Casa, reformado e usado para acolhimento social, depois da parceria firmada entre a SMADS e a Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania.

O prédio do novo CAE “Lar Ditoso” tem 6 mil m² e possui capacidade para atender até 100 mulheres com ou sem filhos. O serviço é inaugurado com 10 famílias acomodadas, que totalizam 47 pessoas, sendo 23 mulheres, 21 crianças e três adolescentes. O secretário de Assistência e Desenvolvimento Social, Carlos Bezerra Jr., ressaltou as diretrizes da atual gestão nas ações voltadas às pessoas que vivem em situação de rua na cidade de São Paulo.

“Duas prioridades: tirar as pessoas que estão em situação de rua dando a elas novas oportunidades e humanizarmos nossos equipamentos. Humanização se faz, claro com treinamento, com capacitação, com sensibilização das pessoas, dos servidores, das servidoras, dos trabalhadores, das trabalhadoras, dos nossos coordenadores e da rede. Enfim, com um novo olhar, o olhar do respeito ao ser humano acima de tudo. O olhar do valor humano, do valor à vida acima de tudo.”, concluiu o secretário.

A Prefeitura investiu pouco mais de R$ 200 mil na fase de implantação do novo serviço. Foram necessários 50 dias para conclusão das obras de readequação do espaço. Dentre as ações de melhorias estão a reforma e pinturas dos cômodos, instalação de um playground, criação de uma sala de jogos e de uma horta que será mantida e utilizada pelas mulheres atendidas no espaço. O Prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, destacou o objetivo desse novo serviço de acolhimento da rede socioassistencial.

“As pessoas que já estão aqui e as que virão ainda possam serem acolhidas com carinho, com amor, com fraternidade e que possam ter uma opção de futuro de ter sua independência e sua autonomia, esse é nosso objetivo. A gente já teve um investimento aqui de reforma para adaptação, vamos ter o custeio com alimentação, local para lavar roupas, atividades para as crianças. O que a gente procura é ser feliz e ajudar com que as pessoas busquem felicidade.”, disse o Prefeito Ricardo Nunes.

Os encaminhamentos para o CAE ‘Lar Ditoso’ estão sendo realizados pela Coordenação de Proteção Especial da SMADS e pelo CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social). Ambos selecionaram mulheres preferencialmente com crianças e que, prioritariamente, possuem vínculos com a região leste da cidade.
 
A OSC (Organização da Sociedade Civil) Assistência Social Lar Ditoso, responsável pela administração do CAE, dispõe de 25 profissionais para atendimento às pessoas em situação de rua, entre orientadores socioeducativos, assistentes sociais, psicólogos, agentes operacionais e assistentes técnicos. O valor da verba repassada mensalmente pela Prefeitura para manutenção e operacionalização do serviço é de R$ 201.179,12.

“Fui recebida de uma maneira tão carinhosa, um calor humano incrível. Agradeço muito ao Prefeito Ricardo Nunes, agradeço a São Paulo a oportunidade de tirar as pessoas da miséria e da rua, seja por violência de gênero ou por violência familiar. Esse lugar dá a oportunidade de as pessoas recomeçarem. É maravilhoso esse lugar, a atenção de todos, o carinho como nos receberam, como se fossemos a família voltando para casa.”, concluiu emocionada Lucenira Araújo, acolhida no novo serviço.

Novas Unidades em prédios da Fundação Casa

Seguindo o planejamento da Prefeitura de ampliação da rede socioassistencial em atenção ao aumento de 31% no número de pessoas vivendo nas ruas da cidade, conforme revelado no último Censo, outras quatro antigas unidades da Fundação Casa passarão por readequações estruturais para abrigar a população em situação de rua.

Além do CAE ‘Encosta Norte’, inaugurado no dia 31 de agosto, e do CAE ‘Lar Ditoso’, estão previstas mais três unidades na zona leste, sendo duas em Guaianases e uma no Parque do Carmo. A zona norte contará com um serviço na região de Taipas, totalizando seis novos equipamentos na cidade.

A vigência da cessão dos espaços públicos estaduais é até setembro de 2023, podendo ser renovada por mais tempo.

Serviços exclusivos para mulheres

O CAE Mulheres ‘Lar Ditoso’ é o 12º serviço de acolhimento da rede socioassistencial da Prefeitura voltado exclusivamente às mulheres que vivem em situação de rua ou em vulnerabilidade social. Ao todo, são 1.050 vagas de acolhimento nesta modalidade.

Além disso, a SMADS disponibiliza outros 13 serviços de acolhimento às mulheres na cidade de São Paulo, nas seguintes tipologias: seis Centros de Acolhida para Mulheres em Situação de Violência, com 120 vagas; um CAE para Mulheres Imigrantes, com 80 vagas; um Centro de Acolhida para Gestantes, Mães e Bebês, com 50 vagas; três Centros de Acolhida para Mulheres Transexuais, com 90 vagas; e duas Repúblicas para Mulheres, com 40 vagas. Ao todo, são 1.430 vagas de acolhimento distribuídas em 25 serviços.

A Secretaria informa ainda que a rede socioassistencial possui 15 CDCMs (Centros de Defesa e de Convivência da Mulher) que realizam atendimento às mulheres que vivem em situação de rua ou vulnerabilidade social para encaminhá-las ao serviço de acolhimento mais adequado. Ao todo, esse tipo de serviço possui 1.610 vagas.

Rede Socioassistencial

A Prefeitura de São Paulo possui a maior rede socioassistencial da América Latina que conta, atualmente, com mais de 20 mil vagas de acolhimento para população em situação de rua. Dentre os serviços estão os Centros de Acolhida para População em Situação de Rua, Repúblicas para Adultos, Núcleos de Convivência para Adultos em Situação de Rua, dentre outros serviços da rede.

Além disso, a SMADS atua com 27 equipes de SEAS (Serviço Especializado de Abordagem Social) que percorrem diariamente as ruas da cidade realizando abordagem a pessoas em situação de rua. O trabalho de SEAS tem como foco desencadear o processo de saída das ruas e promover o retorno familiar e comunitário, além do acesso à rede de serviços socioassistenciais e às demais políticas públicas.