Caminhada, dança do ventre e exercício do espelho valorizam autoestima no Dia Internacional da Mulher

Equipe do CCA Peri, Zona Norte, investe em atividade ao ar livre e homenageia as mulheres lembrando personalidades como Maria da Penha, Dandara e Elza Soares, entre outras

Imagem mostra algumas mulheres em pé e outras mulheres agachadas, todas usando máscaras e segurando cartazes.

Texto: Júlia Alves
Fotos: Acervo

Uma caminhada nesta terça-feira, 8 de março, no Parque Estadual Alberto Löfgren, no Horto Florestal, Zona Norte, marcou as homenagens feitas pelos participantes do Centro para Criança e Adolescente (CCA) Peri, na mesma região, em razão da passagem do Dia internacional da Mulher.

Durante o ato, histórias de mulheres influentes foram relembradas por meio de cartazes em que se viam suas imagens e frases marcantes de cada uma delas.

Assim, havia placas e frases de personagens históricos como Maria da Penha (inspirou a legislação contra a violência), Zilda Arns (fundadora e responsável pelas ações das pastorais da Criança e da Pessoa Idosa, da Igreja Católica), Dandara (mulher de Zumbi dos Palmares) e Malala (jovem paquistanesa que lutou pelo direito de as crianças estudarem). Outras personagens inesquecíveis que marcaram presença na caminhada por meio de suas imagens foram: a jogadora de futebol Marta, a atriz Fernanda Montenegro, a apresentadora Hebe Camargo, e ainda as cantoras Elza Soares e Marília Mendonça, que representam perdas recentes para a música brasileira.

A atividade foi realizada com as mães e parentes das crianças e adolescentes que frequentam o CCA Peri. Para a maioria delas, personagens célebres e históricos são importantes e são inspirações. Mas, em primeiro lugar, devemos homenagear nossas principais referências de vida: mães, avós, tias e madrinhas, que são exemplos de luta e resistência mais próximos, símbolos de mulheres que enfrentaram dificuldades em busca de um espaço igualitário na sociedade, sem preconceito, machismo ou falta de oportunidades.

“Fico feliz porque minha mãe ajudou muita gente e continua ajudando. Ela sofreu muito com meu pai, que só não a agredia, porque ela não deixava”, conta Edna Albuquerque, antes de acrescentar que, atualmente, sua mãe vive em uma cidade do interior paulista, onde leva uma vida mais sossegada.

A caminhada pelo Dia Internacional da Mulher foi organizada pela assistente técnica de direção do CCA Peri, Andréia Prado Aguiar Macedo, de 42 anos. Ela conta que o foco da ação foi buscar, justamente, histórias de motivação, estímulo e inspiração que possam servir como exemplo para o fortalecimento de todas as mulheres: “Encontramos muitas pedras em nossos caminhos, e precisamos nos apoiar para construir nosso castelo e nos fortalecer” expressou Andréia.
“Procurei histórias de mulheres que mais se aproximam da realidade das mulheres e famílias que atendemos, para que vejam que não podemos desistir, seja qual for a circunstância”, acrescenta a idealizadora da iniciativa.

No evento também houve uma dinâmica com um espelho para que todas pudessem fazer exercícios para trabalhar autoestima. O objetivo foi fazer com que as mulheres se olhassem e valorizassem cada traço de seus rostos, corpos e histórias. Houve ainda a participação de uma professora de dança do ventre que, assim como a técnica utilizada na dinâmica do espelho, trabalhou a autoestima das presentes por meio dos movimentos da dança oriental.

Sobre o CCA

O CCA Peri, localizado à rua Dom Carlos Gouvêa, na Vila Continental, foi inaugurado em 2006 pela Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) e atende crianças e adolescentes com idades entre 6 e 15 anos. O serviço, que atende 130 crianças e adolescentes, tem como missão promover a convivência social, familiar e comunitária de crianças, adolescentes, jovens, adultos e suas famílias, buscando alternativas para contribuir com as condições que garantam o exercício de sua cidadania.

“São 22 anos de assistência social, sendo 15 anos deles no CCA. Além de atender as crianças, esse trabalho com a família e com essas mães que são as bases das nossas crianças é fundamental. Fortalecer os vínculos por meio dessas atividades é fundamental para que essas mulheres saibam que existe um lugar que está disposto a dar atenção e escutá-las”, destacou a profissional Andréia Prado.

               Imagem mostra mulheres caminhando no parque com cartazes em mãos, todas utilizando máscara.