“O que será que vem depois que a chuva passa?”, perguntam em curta-metragem sobre a pandemia crianças e jovens de Sapopemba

Filme produzido e encenado por crianças e adolescentes teve exibição na Fábrica de Cultura do território na Zona Leste; a iniciativa reflete o que vivenciaram e sentiram em tempos de Covid-19 os mais jovens e vulneráveis

Arte gráfica de divulgação do filme “O que vem depois que a chuva passa?”. Sombra de uma pessoa em um chão molhado segurando um guarda-chuva. Na parte superior tem escrito CCA Sonho Jovem, CCA Margarida e Marielle, CCA Semeando Esperança. Mais abaixo dos nomes tem o desenho de um pássaro branco e espalhado pela arte algumas nuvens brancas. Na parte inferior mostra uma mascara no chão e a ponta de dois sapatos.

Texto: Marianne Seixas
Fotos: Acervo

Os Centros para Crianças e Adolescentes (CCAs) Margarida e Marielle, Semeando Esperança e Núcleo Cultural Sonho Jovem estrearam, nesta quarta-feira (24), na Fabrica de Cultura de Sapopemba, o filme “O que será que vem depois que a chuva passa?”, que tem como temática principal a abordagem dos efeitos da pandemia sob o olhar dos pequenos .

Embora sejam comuns no território e tenham incentivo das equipes de atendimento, os espetáculos elaborados este ano surpreendem pelo interesse, intensidade, envolvimento e resultado apresentado pelas crianças e adolescentes no curta-metragem.

Em “O que será que vem depois que a chuva passa“, com aproximadamente 40 minutos de duração, os jovens expressam livremente seus sentimentos sobre a pandemia, o distanciamento social e as formas de mudar a sociedade em que vivem.

O objetivo do projeto, além de trabalhar o protagonismo e a autoestima infantis, foi conscientizar crianças e adolescentes atendidos sobre a situação do País e do mundo, mostrar que elas podem, sim, ter voz, expressar opiniões, sentimentos, e ainda ter liberdade para criar e dizer como querem um mundo melhor.

Filme criado e protagonizado pelos jovens atendidos

O processo de criação e realização do filme teve início em julho e teve simplesmente a participação, desde o inicio, de todas as crianças e adolescentes atendidos: da escolha do tema à montagem do roteiro; da opção por determinados cenário e figurino e até as gravações, tudo foram realizado nos três CCAs com o auxílio dos educadores responsáveis.

“Eles queriam falar sobre o que estavam passando durante o confinamento, da ansiedade, da insegurança com o que viria a seguir, de como se sentiam presos pelo seu então novo cotidiano. O retorno das atividades nos serviços para eles foi um respiro, uma mostra de esperança de que há sim tempos melhores para viverem a infância e a adolescência”, conta a gerente do CCA Margarida e Marielle, Michele Aragão.

Já a gerente do CCA Semeando Esperança, Roseane Maria de Queiroz, destaca a importância da mensagem do filme: Eles apresentaram exatamente o que estavam sentindo, o filme foi uma forma de manifestarem tudo isso”.

“Falar de como a gente vê as coisas”, explica o “ator” Pietro

O garoto Pietro, de 12 anos, que faz atividades no CCA Núcleo Cultural Sonho Jovem, que atuou no filme, resume o significado da experiência com o projeto. “Foi importante falar sobre o que está acontecendo durante a pandemia, falar de como a gente vê as coisas. Achei legal demais fazer parte e atuar no filme”, conta.

Os profissionais dos CCAs utilizam a Arte como ferramenta no processo de construção da identidade, reconhecimento de raízes e superação das condições sociais.

Escolha do tema foi unânime

O tema das atividades artísticas desse ano foi debatido em assembleias pelas próprias crianças e adolescentes. Na hora da escolha do assunto a ser tratado no curta-metragem, o resultado foi unânime em todos os serviços: pandemia. É assim nasceu “O que será que virá depois da chuva.”

Serviço:

O que vem depois da Chuva? Um filme sobre desafios e esperanças.

 

 Crianças e adolescentes de mascaras espalhadas pelo teatro para a exibição do filme

 

: Duas mulheres de mascara fazendo a apresentação do filme