Pessoas em situação de rua se formam em agricultura urbana

A 10ª turma da Horta Social Urbana teve aulas como cuidado do solo, manuseio de ferramentas, entre outros

Cerca de 30 pessoas posam para foto em frente a palco de madeira. Cinco deles exibem seus certificados. Dentre o grupo, está o secretario adjunto Marcelo Del Bosco.

Texto: Guilherme Fernandes
Fotos: Wagner Orígenes

Sete pessoas em situação de rua, que são conviventes do Centro de Acolhida Abecal Jabaquara, do Centro Temporário de Acolhimento (CTA) Brás e Vila Mariana, se formaram nesta sexta-feira, 21/02, em mais uma etapa do projeto Horta Social Urbana. É uma iniciativa da Associação de Resgate à Cidadania por Amor à Humanidade (ARCAH) que promove capacitação socioprofissional em Agricultura Urbana Agroecológica para conviventes encaminhados de Centros de Acolhida (CA) de São Paulo e outros equipamentos públicos.

Essa é a 10ª turma a passar pelo curso da Horta Escola Lucy Montoro, que não só oferece conteúdos técnicos relacionados à agricultura e à agroecologia – como cuidado do solo, manuseio de ferramenta, ecologia e sustentabilidade – como também possui em seu cronograma aulas relacionadas à educação (como reforço escolar, alfabetização e construção de uma autobiografia) e à saúde (capacitação sociocomportamental e socioemocional e autoconhecimento). Todas as aulas são ministradas por professores especializados na área, bem como psicólogos qualificados.

O secretário-adjunto da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS), Marcelo Del Bosco, esteve presente na cerimônia, e em seu discurso reforçou o trabalho realizado pelo projeto no fortalecimento de vínculos dos participantes com suas famílias, “com vocês acreditando em si, e com o trabalho em conjunto com a ARCAH, todos são vitoriosos”, declara.

A autodescoberta também foi um dos temas pautados ao longo do curso, que foi destacado por uma das diretoras responsáveis pelo projeto, Roseli Pereira, “hoje já temos 67 agricultores urbanos que seguiram suas vidas e desenvolveram novos interesses”, afirma.

Ao longo da cerimônia, os sete formandos leram um texto redigido coletivamente para homenagear a equipe de educadores. Por sua vez, os educadores também se dividiram para destacar a singularidade de cada formando, relembrando momentos e a personalidade de cada um ao longo do curso.

A entrega dos diplomas foi acompanha por música ao vivo e ao final tiraram uma foto comemorativa para eternizar o momento.

Os sete formandos do projeto Horta Social Urbana em pé em um palco de madeira, durante leitura de seu texto de agradecimento. Três deles seguram papéis, enquanto um segura um microfone.