Centro Temporário de Acolhimento Butantã encontra maneira de promover maior autonomia aos atendidos

Conviventes trocam latas de alumínio por peças de roupas, alimentos variados e acesso à internet

Sala onde estão aproximadamente trinta pessoas sentadas em cadeiras enfileiradas observando a um homem que está em pé à frente das pessoas e aparece falando e gesticulando.

Texto: Bianca Bezerra
Fotos: Acervo

CTA Coins: assim é chamada a moeda interna do Centro Temporário de Acolhimento (CTA) Butantã, em que lata de alumínio significa dinheiro dentro do equipamento. A latinha, que representa R$ 3,80 no CTA, pode ser trocada por peças de roupas, tempo disponível na lan house do Centro e na doceria etc.

A coleta dos materiais feita pelos conviventes permitiu também a compra de um projetor e caixa de som, para que sejam exibidos filmes, jogos de futebol e outras atividades de entretenimento a todos. A entrega da caixa de som foi realizada no dia 16/08. Na ocasião, a equipe premiou os conviventes que mais colaboram com o projeto e prestou contas de tudo que foi feito com a obtenção das latinhas.

Essa iniciativa de moeda interna, realizada desde março, tem dado tão certo, que foi possível a assinatura mensal em um site de empregos por meio da troca de latinhas. O serviço cadastra os currículos dos atendidos na plataforma e exibe as vagas disponíveis no mural do CTA. Os interessados na oportunidade são cadastrados para o processo seletivo.

O objetivo do Projeto CTA Coins é estimular os atendidos, promover responsabilidade e autonomia financeira, de forma que a coleta de latinhas assuma um papel valoroso. Mais de 170 pessoas já abriram suas contas no banco de dados criado para a organização e contagem das latinhas.

“Isso é bacana porque eles entendem a dinâmica financeira, e nós percebemos uma maior motivação do trabalho que eles fazem” destaca o assistente técnico e um dos idealizadores da ação, Jefferson Paiva.

Além do estímulo, o projeto contribui para a construção da independência dos atendidos e do sentimento de protagonismo da própria história.

“Conseguimos que eles entendessem que não são totalmente dependentes do assistencialismo e que podem ser os provedores das suas próprias necessidades” conclui o assistente.
 

Dois senhores aparecem sentados e sorrindo para a fotografia. Em mãos, eles exibem um pequeno saco branco que está com pipoca. De fundo, várias pessoas também sentadas olhando fixamente para frente.