18 de maio: Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes

Com a temática “No enfrentamento diário todos podem contribuir”, município promove ações de mobilização e debate contra a violência sexual

 Cartaz feito por crianças e adolescentes, que está escrito "Diga não ao abuso e a exploração infantil" misturado com a frase "A paz está nossas mãos". Junto, há marcas de mãos pintadas com tinta.

Texto e fotos: Juliana Liba

Visando mobilizar a sociedade brasileira e convocá-la para o engajamento na conquista dos direitos das crianças e adolescentes e na luta pelo fim da violência sexual, a data 18 de maio é marcada como o Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. A mobilização iniciou-se em 1973, ano emblemático pelo “Crime Aracelli”, uma garota de oito anos que sofreu diversas violências, em Vitória, no Espírito Santo. No entanto, os responsáveis nunca foram punidos.

Desse modo, o mês de maio é marcado por caminhadas, audiências públicas, debates nas escolas, exibição de filmes, realização de seminários e oficinas temáticas e de prevenção à violência sexual, panfletagem, campanhas, entre outros. Para marcar o início dessa discussão, buscando maior participação do município de São Paulo, a Comissão Municipal de Enfrentamento à Violência, Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes (CMESCA), coordenada pela Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS), organizou um evento temático, com seminário e oficinas, no último dia 10/05.

A ação, que aconteceu na Galeria Olido, das 8h às 13h, frisou que no enfrentamento diário todos podem contribuir. Mais de trezentas pessoas, entre profissionais da rede de atendimento às crianças e adolescentes, das áreas de Assistência Social, Saúde, Educação, Direitos Humanos, Sistema de Garantia de Direitos, além de estudantes, sociedade civil e parceiros, puderam participar de um seminário que buscou levar temas, elementos e ferramentas diversas que envolvem o enfrentamento da violência contra crianças e adolescentes.

Para isso, alguns especialistas que trabalham com a temática foram convidados a palestrar para o público, entre eles, Deise Fernandes do Coletivo Círculo Cultura, que discorreu sobre prevenção e atendimento ao autor da violência, Viviane Santiago, da Plan International, que trouxe para discussão o casamento infantil. Já Priscila Schereiner, do Ministério Público Federal, falou sobre as redes sociais e violência na internet. Para o fechamento do seminário, Elânia Francisca da Bordar Espaço Terapêutico, frisou a importância de debater a sexualidade na adolescência.

Uma das presentes, Gislene Aparecida da Silva, analista no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) Vila Curuçá, acredita que discutir o enfrentamento é extremamente fundamental. “A criança tem que ser entendida realmente na sua globalidade e por isso o tema não deve ser de uma única secretaria. A infância é de todos nós”, conta. A participante diz ter saído extremamente contemplada pelos debates e acredita ser importante a continuidade dessas ações.

Além dos profissionais, o evento também teve como proposta criar um espaço para exposições e manifestações artísticas realizadas pelas crianças e adolescentes, bem como oficinas que fossem voltadas a este público. Dessa maneira, segundo o assistente social Everton Borges, que organizou as atividades para os jovens, “a ideia era legitimar o adolescente como participante nas estratégias de enfrentamento e prevenção das violências”.

A iniciativa foi realizada simultaneamente ao seminário e contou com a participação de 98 jovens, atendidos por quatro organizações da sociedade civil. Divididos entre quatro oficinas, os temas voltaram-se para o protagonismo, sexo seguro, vivência emocional da violência e as relações sociais seguras por meio das redes sociais. Ao final, as crianças e adolescentes interagiram para dançar diversos estilos musicais, em convite especial do Projeto Quixote.

De acordo com a assessora técnica da Coordenação Social de Proteção Especial e coordenadora da CMESCA, Andrea Paula Pereira Trigo, o evento procurou sensibilizar e contribuir com alguns subsídios aos profissionais, e principalmente, fornecer conteúdo para ser utilizado na prática. “Um dos objetivos é que os serviços atuem no território a partir das discussões apresentadas no seminário”, explicou. Andrea também comenta que a comissão vai reunir-se para avaliar os resultados, bem como as contribuições que receberam dos participantes.

Além dessas atividades, há também folders informativos que foram distribuídos aos serviços para serem trabalhados nos territórios. A campanha de comunicação conta com a representação de uma flor, pelo lema “Faça Bonito”, simbolizando o cuidado e a proteção que devemos ter com as meninas e meninos do Brasil.

No auditório da Galeria, palestrante está de costas enquanto fala ao público. Ao lado dela, há uma mulher sentada e ao fundo, pessoas que participam do seminário estão a escutando.

Em uma sala, duas jovens estão encenando durante oficina. Há algumas faixas coloridas que tratam do tema da violência.  há exposição de objetos que tratam da sexualidade

Posam para a foto, no palco do auditório, mulheres palestrantes e organizadoras do evento.

Cartaz da campanha 18 de maio para download

Veja outras fotos do evento realizado no dia 10 de maio