Beneficiários do Programa De Braços Abertos apresentam trabalhos resultantes de oficinas

Secretário Eliseu Gabriel participou do evento que capacitou 189 participantes.

Por: Solange Borges

Ao entoar o verso “História, nossas histórias, dias de luta, dias de glória”, música da banda Charlie Brown Jr., os beneficiários do Programa De Braços Abertos (DBA), da Prefeitura de São Paulo, têm a certeza que a batalha contra o crack, precisa ser vencida a cada dia. E foi o que eles comemoram nessa quarta-feira (3), na Formação Cidadã Cultural, que encerrou um ciclo de capacitação em diversas oficinas. Os 189 beneficiários receberam o certificado de conclusão das atividades, que envolvem inclusão digital, técnicas de beleza e estética, artesanato, mecânica básica de bicicletas, entre outras, no auditório da Fundação Nacional de Artes – Funarte, na região central da cidade.

A atividade faz parte das ações de redução de danos promovidas pelo programa e visam capacitar os participantes para a geração de trabalho e renda. Durante o evento, organizado pela Associação de Desenvolvimento Econômico e Social às Famílias (Adesaf), entidade que gerencia as atividades, foram apresentadas algumas habilidades dos beneficiários em apresentações artísticas, coroada com desfile de moda com peças confeccionadas na oficina de costura e brechó. Todos fazem parte do Programa Operação Trabalho (POT), da Secretaria Municipal de Trabalho e Empreendedorismo (SMTE), que visa auxiliar pessoas em situação de vulnerabilidade social.

Para o secretário, Eliseu Gabriel, acompanhar o resultado da ação mostra o quanto é necessário dar apoio às pessoas que se encontram nessa situação. “Na reformulação do programa, pretendemos manter o que vem dando certo e adequar o quer for preciso. Aqui constatamos que o ser humano pode evoluir, e precisamos considerar outras estratégias que contribuam para que mais pessoas alcancem essa mesma etapa na vida”, salienta.

Solidão - O paranaense Márcio de Lima, 33 anos, que viveu os últimos cinco na Cracolândia e fez apresentação musical durante a Formação Cidadã e Cultural, acredita que essas ações oferecem novas perspectivas aos dependentes químicos. “O que me levou a cair nessa vida foi a solidão, a depressão e a ausência da família. Tive muitos problemas familiares e aos 12 anos fugi de casa”. Ele ainda conta que mesmo tendo conseguido, mais tarde, constituir sua própria família, novos problemas os distanciaram. “Caí de vez no vício do crack. Isso me impediu de ver meu filho de dez anos crescer. Não o vejo há seis anos”, relata.

Lima, que ainda está no programa e se hospeda em um dos hotéis conveniados, animou o público com canções que reforçam o tom religioso, que segundo ele, é uma força a mais para lutar a cada dia. “Consigo passar nas músicas uma mensagem de persistência para os outros e para mim mesmo”.

A formação contou com o apoio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sdecti), do Governo do Estado de São Paulo, e do Centro Paula Souza. Estiveram também na cerimônia a secretária adjunta da SMTE, Juliana Natrielli Medeiros Ribeiro dos Santos, e a diretora-presidente da Adesaf, Fernanda Gouveia.

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