Desde 2013, a Prefeitura ofertou 1.430 vagas em cursos de capacitação profissional para pessoas em situação de rua

Por meio do Pronatec PopRua, além de parceria com o Sistema S, foram ofertadas vagas para cursos gratuitos como panificação, jardineiro, pizzaiolo, eletricista, pintor e encanador. Desde 2013, 559 pessoas formaram e 80 foram contratadas por empresas

Por: Secom

Além de ampliar vagas de acolhimento e diversificar serviços, a Prefeitura de São Paulo também trabalha para promover a autonomia financeira e o resgate social das pessoas em situação de rua. Por meio do Pronatec PopRua, do Governo Federal, em parceria firmada com o Sistema S, em 2013, as secretarias municipais da Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) e de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC) já ofertaram 1.430 vagas em cursos gratuitos de qualificação profissional para essas pessoas mais vulneráveis.

Entre os cursos estão panificação, jardineiro, pizzaiolo, eletricista, pintor, encanador, zelador, agente de limpeza e conservação, com 1.169 alunos matriculados. Desde então, mais 559 pessoas de 74 turmas de pessoas em situação de rua se formaram em 28 áreas diferentes, obtiveram seus diplomas e deram mais um passo.

Na última quarta-feira (22), 14 alunos se formaram no curso de jardineiro ministrado pelo Senac Santa Cecília. Durante o curso os alunos reformaram a orta do Centro de Acolhida Zaki Narchi. Nos próximos dias, outra turma de zelador também concluirá a formação. “Parei de trabalhar em 2010 e desde então não consegui nada. Mas agora com esse curso, com o nome do Senac no meu currículo, acho que vai ficar mais fácil”, disse o formando Reginaldo Ferreira dos Reis, do Centro de Acolhida Boraceia. Jardineiro por 16 anos, Reginaldo contou que é muito difícil encontrar um emprego se ele não estiver atualizado ou tiver formação na área.

Somente no primeiro semestre de 2016, foram ofertadas 166 vagas e outras serão abertas no segundo semestre deste ano. Cada formação tem, em média, 160 horas, e duram dois meses. Além do curso gratuito, os beneficiários ainda recebem lanche e uma bola-auxílio de R$ 2 por hora/aula. Os alunos atendidos nos centros de acolhida, como incentivo, ainda tem flexibilização de horários de refeições nos equipamentos públicos.

Kleber de Jesus Brás, do Centro de Acolhida Barra Funda I, também fez parte da turma de formandos nesta edição do curso de jardineiro. Kleber contou que no meio do curso sentiu muita dificuldade para ir até o final, mas com o apoio do professor e dos colegas de classe conseguiu finalizar. “Vi que muita coisa pode mudar com esse curso e agora posso conseguir um trabalho”, disse.

Além de buscar a formação profissional para esta população, o curso também encaminha os formandos para o mercado de trabalho. Com o apoio do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) e da Central de Apoio ao Trabalho (CAT), os alunos passam por uma triagem para receberem orientação profissional e serem colocados em contato com as empresas contratantes. As vagas disponibilizadas podem ser na área de atuação do curso ou qualquer outra de preferência deles, de acordo com o perfil. Desde então, 80 pessoas já foram contratadas por empresas.

Os alunos ainda contam com um curso de 12 horas na área comportamental, para ajudar em entrevistas de emprego e processos seletivos. Mais de 150 alunos passaram pela capacitação do CIEE. Em São Paulo há 17 anos, Kleber acredita que com as oportunidades, vai poder se alfabetizar e se profissionalizar. “Meu sonho é poder ajudar minha mãe e minha irmã que ficaram na Bahia. Além disso quero conseguir conhecer outros países”, afirmou.

“Quando você oferece não somente as oportunidades de acolhimento e convívio, mas também investe na porta de saída é o ideal, porque essas pessoas precisam de oportunidade para ter a autonomia financeira. Quando falamos em capacitação profissional, estamos tratando de mercado de trabalho e resgate da cidadania”, disse técnica de Proteção Especial da SMADS, Michele Alexandra dos Santos.

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