Seminário aponta soluções por meio da Economia Criativa e da Cultura

Por: Solange Borges

Com foco no debate das diferentes estratégias de políticas públicas que promovam o empreendedorismo neste segmento, a Agência São Paulo de Desenvolvimento (AdeSampa), em cooperação com a Secretaria Municipal do Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo e Cultura, realizou hoje, 24, na Sala Olido, o Seminário Ação Pública, Ação Criativa: um intercâmbio Brasil – Reino Unido, sobre o papel da gestão pública no fomento à Economia da Cultura e Criativa.

Para o secretário Artur Henrique, o evento promove um debate importante que a SDTE tem procurado seguir, principalmente, no que se refere a geração de renda nas regiões mais distantes. “A estruturação da AdeSampa, que logo em breve, estará com os agentes de desenvolvimento local atuantes, nos permitirá dialogar nos territórios e extrair mais informações para implementar mecanismos que possibilitem a produção e comercialização dos itens de consumo. Sabemos do potencial que a periferia tem para ações de economia criativa e queremos aliar essa efervescência em uma cidade mais humana, que reconheça o valor dessas ideias”, ressalta.

O secretário da Cultura, Nabil Bonduki, pontuou também que São Paulo ainda não possui uma política estruturada para economia criativa e da cultura, mas nem por isso tem deixado a temática distante das principais discussões. “No plano diretor aprovado recentemente, incluímos o desenvolvimento de pólos de economia criativa nos distritos. Isso é pensar o desenvolvimento econômico descentralizado, que beneficiará as localidades com serviços públicos de qualidade, evitando a concentração na região central. Na prática, já temos algumas experiências como as vistas na Vila Buarque, com escritórios de arquitetura e design e, na Vila Leopoldina, que fez uso de galpões antigos para aprimorar o setor de audiovisual. Queremos ações semelhantes na periferia.”

Durante o evento, ocorreram apresentações de cases como o do coletivo Guerreiras de Aqualtune, que proporciona o empodeiramento feminino na região Sul da cidade, com trabalhos de artesanato e manifestações artísticas, com foco na cultura negra, e o empreendimento O Estúdio Sem Nome, liderado por Camila Zuppo, que foca o trabalho na moda com uso de resíduos da indústria.

Para o especialista britânico Percy Emmett, que atua há mais de 20 anos com temas voltados a economia criativa, a experiência do Reino Unido nesta área mostra que os investimentos do poder público são necessários e trazem resultados. “O Reino Unido é um dos maiores exportadores de economia criativa no mundo, mas só chegou nesse nível por ter feito investimentos durante anos e promovido mecanismo de apoio técnico aos criativos. Cerca de 10% do PIB britânico vem deste segmento e 5,5% dos empregos gerados, em comparação a outros setores, vem da economia criativa, provando o impacto na economia de um país com ações deste tipo”, destaca.
O seminário ainda contou com Eric Klug - Diretor Adjunto do British Council, parceiro na realização do encontro, e de Joanna Crellin - cônsul do Reino Unido em São Paulo.

Agenda de cursos - O encontro também celebra o início da agenda de cursos que será implementada, em parceria entre a AdeSampa e o British Council, com o apoio da SDTE e da Secretaria da Cultura e financiamento do Fundo Newton, contribuindo para potencializar o papel da economia da Cultura e Criativa na promoção da inovação e na geração de trabalho e renda.

O programa de treinamentos com metodologia do NESTA (agência de inovação britânica, referência na área da economia criativa), irá capacitar gestores públicos ligados à área de cultura e agentes de desenvolvimento locais na formação de empreendedores culturais e criativos, além de outros gestores que trabalhem no fomento do empreendedorismo nesse âmbito.

Após as duas edições do curso, que ocorrerão na última semana de agosto e na primeira de setembro deste ano, o conteúdo será multiplicado na forma de assessoria, workshops e cursos para empreendedores culturais ou criativos locais, especialmente nas periferias de São Paulo.

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