Por: Andréa Garbim

Em abril deste ano, o prefeito Fernando Haddad instituiu, em São Paulo, o sistema de cotas raciais para o ingresso de negros e afrodescendentes no serviço público municipal, colocando a cidade em uma posição importante no que diz respeito às políticas de ações afirmativas. A Lei 15.939/13 determina a reserva de 20% das vagas para cargos efetivos, empregos públicos e para os cargos em comissão. Ação essa, que impulsionou a realização do evento “São Paulo Diverso - Fórum de Desenvolvimento Econômico Inclusivo”, nesta quarta-feira, 29, no Instituto Carrefour, na região da Granja Julieta, Zona Sul.

O prefeito Fernando Haddad abriu o Fórum juntamente com a embaixadora dos Estados Unidos, Liliana Ayalde; a representante do Banco Internacional do Desenvolvimento (BID) no Brasil, Daniela Carrera Marquis; o presidente do Instituto Ethos, Jorge Abrahão e o presidente do Carrefour, Charles Desmartis.

O Secretário Municipal do Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo Artur Henrique foi convidado para participar do painel “Desenvolvimento Econômico no mundo do Trabalho”, com o tema “Normas e Práticas Trabalhistas no Enfrentamento das Desigualdades”. Esse painel contou com palestras do Presidente Nacional da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adílson Araújo; da diretora do Escritório Brasileiro da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Laís Abramo e do Presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah. Representando o setor empresarial estiveram presentes o diretor Global de Diversidade da Coca-Cola, John Lewis e o vice-presidente da Johnson & Johnson, do setor Pesquisa e Desenvolvimento do Consumidor para a América Latina, Samuel Santos.

De acordo com o Secretário Adjunto de Promoção e Igualdade Racial Maurício Pestana, o objetivo desse debate foi o de motivar os agentes a adotarem iniciativas que favoreçam o desenvolvimento social inclusivo, além da igualdade no mundo do trabalho. “Como representantes do setor público, nos propomos a mediar o diálogo entre os setores presentes nesse encontro, onde, de um lado, buscamos incentivar a adoção de políticas afirmativas e, de outro, a geração de negócios entre CEOs de grandes empresas e empreendedores para a construção de políticas inclusivas”, disse.

Artur Henrique afirmou que, do ponto de vistas das empresas, as políticas afirmativas devem ser aproveitadas não apenas como propaganda de responsabilidade social, mas como ferramenta de ampliação e melhoria do próprio desempenho nessa realidade. “No meu entendimento, a tarefa do diálogo social da negociação tem muito a avançar para que a gente consiga superar os obstáculos e implementar políticas mais inclusivas e ações concretas articuladas com as iniciativas de enfrentamento do déficit do trabalho decente em São Paulo”.

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