Por: Solange Borges

A Secretaria Municipal do Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo (SDTE), em parceria com o Instituto Criar de TV, Cinema e Novas Mídias, formou a 10ª turma de alunos no segmento de audiovisual. A cerimônia, que também comemorou os 10 anos do Instituto Criar, foi realizada no Teatro São Pedro, Centro, na noite do último sábado,16.

A formatura dos 150 alunos contou com a presença do Secretário Artur Henrique, da Secretária do Desenvolvimento, Trabalho e Inclusão de Osasco, Mônica Veloso, que também tem alunos no projeto, e do fundador do Instituto Criar, Luciano Huck.

O foco da parceria é desenvolver jovens, com idades entre 17 e 20 anos em vulnerabilidade social, nos aspectos profissional, sociocultural e pessoal por meio do audiovisual. O curso dura em média 10 meses e tem formação técnica e sociocultural. Ao longo de uma década já passaram por essa formação 1.500 jovens.

O Secretário Artur Henrique, em seu discurso durante o evento, enfatizou a importância da parceria do Instituto Criar com a Prefeitura de São Paulo, por meio do Programa Bolsa Trabalho, que paga benefício no valor de R$ 832,60 mensais aos alunos. “A área pública entra com o recurso financeiro, mas muito mais com ações que visem a implementação de políticas públicas que geram oportunidades aos jovens de baixa renda e da periferia. Aqui eles mostraram que o curso resgata a autoestima, o cidadão e direciona o caminho”.

A Secretária Mônica Veloso destacou o bom trabalho desenvolvido pelo Instituto Criar e o fato de Osasco ter dobrado o número de alunos, que passou de cinco, em 2013, para 11 neste ano. “O protagonismo juvenil é a força motriz deste País e temos que buscar investir cada vez mais”, ressalta.

Educação - Luciano Huck pontuou que o projeto, ao longo de uma década, mudou o rumo de inúmeras vidas e avaliou que o Instituto Criar começa a “se descolar de sua imagem”. “É importante que este trabalho caminhe por seus méritos. E eles são reais, como os presentes a essa cerimônia puderam avaliar pelos trabalhos apresentados, pelos alunos. Eu acreditei e continuo a confiar neste projeto que mostra a importância da educação como promotora de um círculo virtuoso para multiplicação de boas ações”.

Huck ainda complementou que o projeto contribui para o empoderamento da periferia. “Sabemos que a vida fora dos muros do Criar é difícil, mas estamos apontando o caminho para os jovens. A periferia deve buscar a capacitação e a profissionalização. A tecnologia veio para facilitar e ampliar essas oportunidades”.

Quem agarrou essa chance foram os alunos Tiago Alves e Shirley Rosa, ambos com 18 anos. Ela, de Parelheiros e ele, de São Mateus, jovens de bairros distantes que vieram para a região central da cidade para mudar suas vidas. “Foi muito tenso no início, mas depois tornou-se produtivo e abriu minha mente para muitas possibilidades. Só posso desejar que os próximos alunos possam absorver todo conhecimento que tive oportunidade de ter contato”, afirmou Shirley, formada em Figurino.

Já Tiago, formado em audiovisual, destacou a superação de ter conseguido finalizar o curso. “Agora só penso em conquistar um emprego, mas consigo ver que foi válido ter atravessado a cidade diariamente, pois sou outra pessoa, o conhecimento é outro”.

Cursos: O Instituto Criar proporciona aos jovens oportunidades de trabalho como caminho para a conquista da independência e da realização pessoal. Os alunos podem escolher se especializar em uma das 11 oficinas técnicas: Animação, Áudio, Cabelo e Maquiagem, Câmera, Cenografia, Computação Gráfica, Edição, Figurino, Iluminação, Mídias Interativas e Produção. Além de participar de uma oficina técnica, todos os educandos frequentam oficinas socioculturais: Comunicação, Criatividade & Desenvolvimento Pessoal, História & Linguagem do Audiovisual, Projetos & Ação Social e Trabalho & Projeto de Vida.

Durante o ano letivo, os alunos desenvolvem diversos produtos audiovisuais com temas ligados à cidadania e de interesse da juventude. Toda essa produção é utilizada pelos jovens para promover a reflexão sobre importantes questões sociais nas comunidades, ONGs e escolas públicas. Além da exibição de seus curtas-metragens, documentários, animações, os alunos também organizam oficinas, debates e palestras, em uma verdadeira Campanha Social.