Por: Viviane Claudino
A 1ª Conferência do Desenvolvimento Rural Sustentável, realizada na última quarta-feira, 15, reuniu cerca de 130 pessoas na Universidade Federal São Paulo (Unifesp), em Santo Amaro, para discutir temas relacionados à agricultura, ecoturismo, conservação e preservação ambiental. O evento contou com a participação de agricultores familiares urbanos, periurbanos e rurais, representantes de movimentos sociais e organizações não governamentais, além de pesquisadores e estudantes.
Apoio e incentivo à agricultura agroecológica, recursos para desenvolvimento de ecoturismo e da assistência técnica, maior fiscalização das áreas de proteção ambiental, manutenção da zona rural – para que não haja retrocesso nas delimitações – são as principais diretrizes definidas pelo grupo para a construção do Plano Municipal de Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável.
Na ocasião também foram eleitos oito pessoas para compor o Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural, Solidário e Sustentável, sendo quatro representantes dos agricultores rurais das zonas sul, leste e norte; dois da Aldeia do Jaraguá e Aldeia Tenendé Porã; um dos agricultores urbanos e um de organização não-governamental ligada à agricultura. No total, o Conselho será composto por 22 conselheiros (onze membros da sociedade civil e onze representantes do poder público) para o primeiro mandato 2016-2018.
“A conferência é fruto do debate que se iniciou no Plano Diretor Estratégico, com a participação de milhares de pessoas discutindo o futuro da cidade, e de um debate que vem sendo feito há muito tempo pelo Comusan (Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional) que tem como uma das principais tarefas a garantia de alimentos saudáveis a toda população”, disse o secretário do Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo (SDTE), Artur Henrique no evento. “Isso vai de encontro ao modelo de desenvolvimento que estamos construindo desde o início da gestão do prefeito Fernando Haddad, incentivando a atividade econômica sustentável, com geração de emprego e renda”.
Atualmente, a área rural representa cerca de 30% da área de São Paulo, onde há 5 mil hectares destinados à produção agrícola, principalmente no extremo sul da cidade. “Essa conferência é uma forma de fazermos a preservação do que ainda é verde, áreas importantíssimas na cidade, que estão cercadas pela agricultura”, afirmou o secretário do Verde e Meio Ambiente (SVMA), Rodrigo Ravena.
A 1ª Conferência é uma iniciativa da SDTE e das secretarias do Verde e Meio Ambiente (SVMA), do Desenvolvimento Urbano (SMDU), de Serviços (SES) e da Coordenação das Subprefeituras (SMSP) e faz parte do programa intersecretarial Agriculturas Paulistanas, lançado em março de 2016, com o objetivo de estabelecer um ciclo de desenvolvimento sustentável nessas áreas. “Esta construção coletiva é muito importante, porque todas as áreas e secretarias estão relacionadas, para pensarmos em um plano de desenvolvimento para a zona rural temos de pensar a cidade por inteiro e vice-versa”, avalia o secretário do Desenvolvimento Urbano (SMDU), Fernando de Melo Franco.
Os participantes da conferência ainda prepararam um documento que será entregue aos representantes do poder público com os principais compromissos que deverão ser mantidos e implementados em defesa da agroecologia e desenvolvimento rural sustentável na cidade de São Paulo, entre eles o cumprimento do plano de inclusão de orgânicos na alimentação escolar, ampliação e fortalecimento da reciclagem e reutilização de resíduos sólidos orgânicos, criação de centros de formação em agroecologia, em Parelheiros e Zona Leste, entre outros.
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