Há mais de um ano o governo local da Subprefeitura Vila Mariana promovia reuniões para integrar o conhecimento das várias secretarias que atuavam na região com objetivo de atuar no Complexo Bandeirantes, especialmente no Viaduto Jabaquara, para atender e recuperar os usuários de drogas que frequentavam ou viviam naquele local. Os resultados dessa ação integrada mostravam que o governo local estava no caminho certo.

Paralelamente a Prefeitura procurava um novo método que fosse mais eficaz, por isso resolveu investir num programa de redução de danos que combina o trabalho com a moradia para motivar e apoiar a recuperação dos usuários de drogas do bairro da Luz.

No Seminário “Rede Sampa de Braços Abertos”, realizado no Auditório Elis Regina do Palácio das Convenções do Anhembi, a descentralização do Programa De Braços Abertos foi anunciada. A Vila Mariana e a Lapa, Santo Amaro, Santana e Cidade Tiradentes terão também esse programa em seus territórios.

No Seminário foi destacada a importância do trabalho intersetorial e do diálogo com a sociedade civil para o sucesso da política de redução de danos voltada para usuários de drogas da região da Nova Luz. “Tínhamos uma fratura exposta na cidade, e o desafio era saber como tratar. Para enfrentar o problema, definimos quais práticas não seriam adotadas e recusamos um tratamento de saúde mental com a privação da liberdade”, destacou o Secretário de Saúde José de Filippi Junior.

Desde o início das ações foram realizadas mais de 11.850 abordagens, 1.407 atendimentos médicos e 683 encaminhamentos para serviços de saúde. O Programa envolverá as secretarias municipais de Saúde (SMS), Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS), Trabalho e Empreendedorismo (SDTE), Segurança Urbana (SMSU), Desenvolvimento Urbano (SMDU) e Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC) nos bairros de Vila Mariana, Lapa, Santo Amaro, Santana e Cidade Tiradentes.

O consumo de crack entre os beneficiários do programa “De Braços Abertos” foi reduzido acentuadamente de acordo com informações das equipes municipais de Saúde. Entre outros fatores, a redução se dá como consequência do resgate social e da inserção de atividades que organizam uma rotina diária, limitando assim o uso compulsivo da droga ao longo do dia, hábito que os inabilitava para outras atividades, inclusive cuidados próprios com saúde, alimentação e higiene. De uma média inicial de 10 a 15 pedras por dia, o consumo passou à média de cinco pedras diárias, concentrado no período noturno, segundo os relatos.