Ao som de partido alto e samba de raiz o evento Rua do Samba Paulista voltou para animar o boulevard da avenida São João. Com apoio da Subprefeitura Sé, SPTuris e da Secretaria Municipal de Promoção da Igualdade Racial (SMPIR), o evento que é promovido pelo Instituto Cultural Samba Autêntico desde 2002 está de volta e promete ocupar o espaço todo último sábado de cada mês, como aconteceu no último dia 26.

“Nosso objetivo é promover a cultura do samba paulista na região central”, diz Edson Roberto de Jesus, um dos coordenadores do instituto. Ele também conta que o evento já chegou a reunir cerca oito mil pessoas em volta da roda.

Neste sábado, além da homenagem a Nelson Primo, integrante da Velha Guarda da Camisa Verde e Branco, também foi realizado um tributo a todas as mulheres latino-americanas e caribenhas. Em cada edição, o evento homenageia elementos tradicionais do samba paulista, como o samba de raiz que teve origem nos quilombos e os cordões carnavalescos da década de 1960. Quando São Paulo ainda não tinha escolas de samba, as primeiras agremiações eram chamadas de cordões.

A monitora ambiental Patricia Thomaz, de 32 anos, conta que passou a frequentar a Rua do Samba no ano passado e lamentou a interrupção do projeto. Agora ela espera que a festa continue. “Adoro o repertório! Essas músicas me lembram bons momentos da infância e das festas que eu curtia em família”, comenta Patricia.

Rua do Samba na história 

No começo do século passado, antes da canalização do Anhangabaú, o início da avenida São João era conhecido como prainha, por causa do bolsão de areia à margem do rio que ainda era aberto e cortava o centro. Foi lá que se formaram as primeiras rodas de samba da cidade. Por isso, o local foi escolhido pelos organizadores quando a prefeitura propôs a mudança do largo General Osório, local de origem do projeto.