Crescimento da População de Rua desacelera, mostra Censo 2015

Pesquisa mostra que 15.905 pessoas estão em situação de rua, sendo que mais da metade dorme em abrigos

A Prefeitura de São Paulo divulgou nesta sexta-feira (8) o resultado do Censo da população de rua da cidade, realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

De acordo com a pesquisa, das 15.905 pessoas em situação de rua que vivem hoje na cidade, 8.570 são atendidas pelos serviços de acolhimento administrados pela Prefeitura por meio da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) e passam a noite em abrigos.

Durante a coletiva de apresentação dos dados, a secretária municipal de Assistência Social, Luciana Temer, contou que, nas pesquisas anteriores, as equipes tinham que buscar as pessoas, que se escondiam por medo. Desta vez, o procedimento não foi necessário, o que pode ter se refletido nos números. “Essa gestão não busca um processo de higienização e de expulsão dessa população. Quando se coloca que aumentou muito a população de rua, não é verdade. O Censo nos traz a clareza de que não aumentou muito. Talvez seja simplesmente [resultado de] uma política não excludente”, afirmou.

O último Censo da População em Situação de Rua, realizado em 2011, apontava para a existência de 14.478 pessoas pelas ruas de toda a cidade. Na comparação com os períodos de 2000-2009 e 2009-2015, a taxa de crescimento anual caiu pela metade, de 5,14% para 2,56%.

De acordo com a legislação, o Censo da População em Situação de Rua é realizado a cada três anos. A pesquisa terá uma segunda etapa, ainda em 2015, para traçar o perfil dessa população.

“Esta gestão insistiu muito com a Fipe para que o Censo não fosse só numérico. A contagem é muito importante para nós, mas essa próxima etapa vai nos dar a amostragem de quem é exatamente esta pessoa, qual sua história, para que a gente possa trabalhar mais diretamente, saber qual a política mais adequada para ela. É para isso que o Censo tem que servir”, disse Luciana.

Também participaram da coletiva o secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Eduardo Suplicy, seu secretário-adjunto, Rogério Sottili, e a coordenadora do Observatório de Políticas Sociais da SMADS, Carolina Teixeira Nakagawa Lanfranchi.

Alguns dados do censo:

Sexo
A maior parte da população em situação de rua é do sexo masculino. São 13.046 homens (82%) e 2.326 mulheres (14,6%). Do total, 533 pessoas (3,4%) não tiveram o sexo identificado na contagem, por estarem dormindo ou cobertas.

Localização
A idade média da população em situação de rua é de 39,7 anos para aqueles que pernoitam em vias públicas e de 42,7 anos para os acolhidos na rede de assistência social da Prefeitura. Já a idade máxima é de 86 anos para o primeiro grupo e de 94 anos para o segundo.

Segundo o levantamento, 3.864 pessoas pernoitam em vias da Subprefeitura da Sé. Elas representam 52,7% da população não acolhida pela rede de assistência (7.335 pessoas). A segunda subprefeitura mais povoada por essa população é a da Mooca, com 842 pessoas (11,5%), e a terceira é a da Lapa, com 409 pessoas (5,6%).

Idade
A maior parte dos moradores de rua tem entre 31 e 49 anos. São 5.823 pessoas (36,6%) nessa faixa etária. Destes, 3.461 são acolhidos pela Prefeitura e 2.362 dormem em vias públicas.

De acordo com o levantamento, há 403 crianças de até 11 anos em situação de rua. Destas, 370 são atendidas por serviços da SMADS.

Metodologia
A pesquisa foi realizada entre os dias 23 de fevereiro e 26 de março deste ano, sempre de segunda a quinta-feira, entre 22h e 6h. Todos os distritos da cidade foram mapeados e divididos em nove regiões. Cerca de 160 pesquisadores trabalharam no processo de identificação e abordagem da população.

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De Secretaria Executiva de Comunicação