Saúde divulga o sexto balanço de dengue e chikungunya na cidade

São já registrou 31.980 notificações e 8.063 casos confirmados. Outras duas mortes foram confirmadas

O secretário-adjunto de saúde  apresentou nesta quinta-feira, dia 9, o sexto balanço do ano sobre a situação da dengue até a 12ª semana epidemiológica.

No período de 4 de janeiro a 28 de março, 31.980 casos foram notificados e 8.063 foram confirmados autóctones (contraídos no município). No mesmo período de 2014, a cidade teve 7.861 casos notificados e, destes, 3.183 autóctones confirmados. Cerca de 38% dos casos estão concentrados na zona norte de São Paulo. Também foram confirmadas outras duas mortes nas regiões leste e sul da cidade, somando quatro óbitos pela doença neste ano.

Acompanhe a situação da transmissão da dengue no município de São Paulo
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Durante a apresentação dos dados, o secretário-adjunto destacou as ações de contingência realizadas pela Prefeitura no plano de combate e tratamento da doença. “Nós continuamos realizando intensamente as atividades fundamentais para controlar a dengue, combatendo os focos dos mosquitos. Sem a participação intensa da população não se reduz a ocorrência da dengue e ela seria muito pior sem o apoio dos munícipes”, afirmou.

Tendas de Atendimento

Na zona norte, local que concentra o maior número de casos, uma tenda para a hidratação das vítimas foi instalada na Unidade Básica de Saúde (UBS) Jardim Vista Alegre, Brasilândia, para o tratamento das vítimas. A previsão é que a cidade ganhe nas próximas semanas outros três equipamentos nos bairros de Freguesia, Jaraguá e Cidade Ademar.

O prefeito falou sobre a importância dos equipamentos: “É uma novidade para nós trabalhar com tenda. O Albert Einstein foi o primeiro parceiro que se dispôs a agir em cooperação com a Prefeitura para montar as tendas. É um desafio para eles também. Um aprendizado para todos nós, mas eu penso que é uma medida extremamente importante para demonstrar que o poder público e também as entidades comunitárias como o Albert Einstein estão dispostas a enfrentar e manter a capital com uma proteção razoável em relação ao entorno. Estamos com um entorno extremamente desfavorável”, afirmou o prefeito.

A adoção de tendas para o auxílio no combate à dengue já estava prevista no Plano de Contingência, elaborado no ano passado, e é recomendado e aprovado pelo Ministério da Saúde. Os equipamentos funcionam como um local de apoio para atendimento de casos suspeitos de dengue. Por este motivo, as pessoas devem primeiro procurar atendimento em uma unidade de saúde para depois da triagem inicial, se houver suspeita, ser encaminhadas.

Nelas, os pacientes recebem orientações e tratamentos específicos para a doença. Se for o caso, iniciarão tratamento para os sintomas da dengue no local ou serão encaminhados para internação em hospital.

Em fase de instalação e começo de trabalho, os equipamentos têm o objetivo de desafogar as unidades de saúde, especificamente na zona norte, onde a Covisa (Coordenação de Vigilância em Saúde) monitora o número elevado de casos confirmados. Até o último dia 8 o equipamento já realizou 517 atendimentos.

Óbitos

Os primeiros óbitos registrados em 2015 foram de uma senhora de 84 anos, moradora da Brasilândia, ocorrido no dia 28 de janeiro e de um garoto de 11 anos, morador do Jardim Ângela, ocorrido no dia 9 de março. A terceira morte foi de uma mulher de 27 anos, moradora do Lajeado, no dia 19 de março e a última confirmada foi de uma moradora do Grajaú, de 41 anos, no último dia 31.

O caso de um homem de 35 anos, que foi internado no Hospital São Lucas, em Diadema, foi divulgado erroneamente como óbito por dengue pelo Instituto Adolfo Lutz. O caso segue em investigação, com apoio do Instituto Médico Legal (IML). Outros oito casos seguem em investigação e 15 mortes já foram descartadas.

Durante todo o ano de 2014 a capital registrou 28.990 casos autóctones (97,7% ocorreram no primeiro semestre), com 14 óbitos ao longo do ano. Em 2015, a estimativa da Secretaria Municipal de Saúde, baseada no coeficiente de incidência das primeiras oito semanas e na taxa de positividade dos exames feitos no laboratório municipal, é que o número pode ser até três vezes maior. Apesar do aumento, a taxa de letalidade do município é semelhante a apresentada no ano passado, com 0,050% ante a 0,048% em 2014.


Ações de combate ao mosquito


É importante esclarecer que a dengue está mais associada às altas temperaturas e à água limpa do que simplesmente à chuva, porque qualquer pequena concentração de água, desde uma tampinha de garrafa a um prato de vaso pode ser um criadouro.

A Coordenação de Vigilância em Saúde (Covisa) considera que o aumento dos casos neste ano está associado ao calor, que acelera o desenvolvimento do mosquito e ao acúmulo de água limpa sem proteção, devido à crise de abastecimento dos últimos meses.

A Prefeitura reforçou o trabalho dos 2.500 agentes de zoonoses em toda cidade, com ações de visitas porta a porta, grupos de orientação e ações de combate nos locais de grande concentração de pessoas. Desde o último dia 23, com apoio das subprefeituras, foram realizadas em toda a cidade 22 operações Cata Bagulho, 28 “arrastões”, 14 ações de intensificação de distribuição de telas para caixas d’água e dez limpezas de córrego.

Os paulistanos devem se atentar à necessidade de ação individual preventiva para eliminar criadouros de mosquito Aedes aegypti. A visita de equipes é programada com base no mapeamento de pontos críticos, a partir dos casos confirmados. E uso de nebulização pesada ("fumacê") só ocorre em última instância, emergencial, e funciona para eliminar mosquitos, sem efeito prático na eliminação de criadouros. Mais de cem mil domicílios já passaram por ação da nebulização, beneficiando mais de 350.000 pessoas.

Desde segundo semestre do ano passado, a secretaria municipal de Saúde intensificou as ações de prevenção e adotou duas novas estratégias para o combate às doenças. A portaria 2.286/2014 estabelece que os serviços públicos e privados de saúde devem realizar, em até 24 horas, a notificação compulsória dos casos suspeitos. A Secretaria criou ainda comitês locais de prevenção nas subprefeituras, para fortalecer o contato com a comunidade e o trabalho integrado nas ações de campo. Durante uma reunião realizada na manhã de hoje, diretores de hospitais públicos e particulares receberam orientações de como agir e como diagnosticar os casos da doença.

Desde o dia 12 de fevereiro, o Plano Municipal de Combate ao Aedes-Aegypti ganhou reforço com a integração de equipes da Defesa Civil. Em cerimônia realizada no Vale do Anhangabaú, no centro da capital, 32 viaturas do órgão foram entregues devidamente adesivadas e equipadas com alto-falantes para a conscientização da população. Sete viaturas estão somente na região norte, mais atingida pela dengue.

Como prevenir:
- Pratos de vasos de plantas devem ser preenchidos com areia;
- Tampinhas, latinhas e embalagens plásticas devem ser jogadas no lixo e as recicláveis guardadas fora da chuva;
- Latas, baldes, potes e outros frascos devem ser guardados com a boca para baixo;
- Caixas d'água devem ser mantidas fechadas com tampas íntegras sem rachaduras ou cobertas com tela tipo mosquiteiro;
- Piscinas devem ser tratadas com cloro ou cobertas;
- Pneus devem ser furados ou guardados em locais cobertos;
- Lonas, aquários, bacias, brinquedos devem ficar longe da chuva;
- Entulhos ou sobras de obras devem ser cobertos, destinados ao lixo ou "Operação Cata-Bagulho";
- Cuidados especiais para as plantas que acumulam água, como bromélias e espadas de São Jorge; ponha água só na terra.