Nesta quarta-feira (25), a Prefeitura convoca representantes de todos os serviços de saúde do Município – municipais, estaduais e particulares – para um encontro de Preparação para o Enfrentamento da Epidemia da dengue. Com o aumento da temperatura, a continuidade da crise de abastecimento de água e uma maior resistência do mosquito Aedes aegypti, a ideia é somar todos os esforços para deter o crescimento da dengue e chikungunya, que chegaram a 100.196 casos em 2015, com 23 óbitos em São Paulo.
Cerca de 120 serviços particulares deverão estar entre os 1.200 participantes esperados e o engajamento de todas as esferas será essencial para o sucesso da estratégia. Dos 23 óbitos registrados na Capital em 2015, 40% ocorreram em serviços particulares, mostrando que um fluxo bem determinado no cuidado dos pacientes com dengue pode fazer a diferença.
A mesa de abertura do encontro contará com a presença do secretário municipal da Saúde, da coordenadora da Coordenação da Vigilância em Saúde (Covisa) e da coordenadora da Atenção Básica. No evento será apresentada a situação epidemiológica detalhada da dengue e chikungunya no Município aos representantes dos serviços de saúde, que também serão capacitados sobre a organização necessária para receber os pacientes doentes ou com suspeita de dengue e sobre como realizar a notificação.
Embora São Paulo ainda não tenha registrado nenhum caso autóctone de Zika, também está prevista uma palestra com esclarecimentos sobre a ocorrência de casos de microcefalia em neonatos na região Nordeste do país e a possível influência do vírus Zika, além de informações sobre a doença.
O período da manhã será direcionado a hospitais e AMAs, com foco na organização dos serviços de urgência e emergência para o enfrentamento da epidemia; no período da tarde, a ênfase será na Atenção Básica.
Plano de Enfrentamento da Dengue
Tendo em mente que 80% dos focos de dengue estão dentro das casas, a primeira ação do Plano de Enfrentamento da Dengue da Prefeitura foi a visita de agentes de saúde a casas onde um ou mais munícipes contraíram a doença no ano passado. No período de 11 a 14 de novembro, mais de 37 mil residências foram visitadas e 552 recipientes com larvas de mosquitos foram encontrados.
Segundo Padilha, o Plano terá três grandes grupos de ações. O primeiro é mobilizar a população por meio da imprensa, da Secretaria Municipal de Educação, de comitês regionais nos bairros, porque é a ação da população na sua casa que permite diminuir o número de casos. O segundo prevê uma ação de controle de mosquito em pontos estratégicos, ou seja, locais com grande densidade populacional ou muita presença de focos de mosquito, como ferros velhos, locais de construção ou abandonados. O terceiro é a atenção à saúde, que ficará mais evidente a partir de fevereiro, quando começa a surgir o maior número de casos.
A Prefeitura investirá em testes rápidos para dengue, tendas de hidratação nas regiões mais afetadas e em tecnologias inovadoras. Segundo o secretário, todas as armas possíveis para combater o mosquito foram postas em campo pela Prefeitura, mas ele lembra que “o principal soldado nessa luta são as famílias, porque é dentro das casas das pessoas que está o foco do mosquito”.
Por Ivony Lessa