Saúde apresenta ações contra Aids

Casos na cidade se concentram entre jovens e populações vulneráveis. Prefeitura ampliará ações de prevenção e aumentará distribuição de preservativos de 45 mil para 120 mil por ano

A Secretaria Municipal de Saúde divulgou na tarde desta quinta-feira (26) dados sobre a epidemiologia de Aids na cidade de São Paulo. Houve redução de 22,1% dos casos nos últimos dez anos, mas há grande concentração da epidemia entre jovens, profissionais do sexo, usuários de drogas, população LGBT e população carcerária.

“O comportamento da epidemia de Aids na cidade de São Paulo é similar ao de países desenvolvidos. Há redução de notificação de novos casos, redução na taxa de mortalidade, redução da transmissão da gestante para o bebê, mas uma forte concentração em populações que estão em situação mais alta de vulnerabilidade. Por isso, São Paulo enfrenta hoje uma epidemia concentrada. E nossas ações devem ter um direcionamento muito claro e dialogar com essas populações”, afirmou o secretário de Saúde. 

A maior preocupação é com jovens do sexo masculino, pois a taxa de detecção na faixa etária de 15 e 19 anos aumentou de 2,6 casos a cada 100 mil habitantes, em 2005, para 8,5 casos a cada 100 mil habitantes em 2014. Entre os jovens de 20 a 24 anos, essa taxa saltou de 22,2 para 43,3 casos a cada 100 mil habitantes no mesmo período.

Esse resultado não se deve apenas ao aumento do diagnóstico precoce, mas também a uma sensibilização menor dos jovens com relação à epidemia. Embora eles estejam mais informados, não têm atitude de prevenção adequada. Um exemplo claro é o dado da Pesquisa de Conhecimento Atitudes e Práticas do Município de São Paulo 2014 que mostra que mais de 90% das pessoas sabem da eficácia do uso de preservativo para prevenção da Aids, mas apenas 39% usaram camisinha na primeira relação sexual.

“Esse dado revela que precisamos casar a informação com uma atitude de prevenção. Por isso a estratégia da Prefeitura em facilitar cada vez mais o acesso ao preservativo”, explicou o secretário de Saúde.  Para tanto, a Prefeitura ampliará a distribuição gratuita de preservativos em dispensadores de larga escala localizados próximos aos equipamentos municipais de saúde e em locais de grande circulação dos públicos mais vulneráveis. A meta é aumentar a distribuição de 45 mil para 120 mil camisinhas ao ano.

“Para combater conceitos antigos de grupo de risco, que reforçam estigmas que é a pior coisa nesse cenário, queremos dar protagonismo para as populações mais vulneráveis à epidemia sem reforçar estigmas. Só vamos enfrentar isso se essas populações forem protagonistas da prevenção”, disse o secretário.

Iniciativas

Uma das ações da Secretaria Municipal da Saúde é o projeto Caminhos da Prevenção, realizado em parceria com a Secretaria Municipal de Trabalho para capacitação dos beneficiários do programa De Braços Abertos. Eles distribuem preservativos em pontos estratégicos das populações mais vulneráveis à epidemia. Atualmente, quatro beneficiários já atuam nas ruas do centro da cidade.

Há ainda um novo aplicativo para celular, chamado Tá na Mão, que traz informações sobre prevenção e no qual é possível avaliar o próprio risco.

A Prefeitura também vai intensificar a realização dos testes rápidos para acelerar a inserção das pessoas diagnosticadas no tratamento e aumentar o atendimento de profilaxia pós-exposição nos hospitais e postos de saúde municipais. De acordo com Padilha, a intenção é ampliar a medicação inclusive para pessoas que fizeram sexo consentido sem proteção.

Declaração de Paris
Nesta sexta-feira (27), a Prefeitura assina a Declaração de Paris, compromisso global encabeçado pela ONU para acelerar o combate à epidemia da Aids. A meta até 2020 é que 90% de todas as pessoas vivendo com HIV saibam que convivem com o vírus; 90% das pessoas diagnosticadas recebam terapia antirretroviral e que 90% das pessoas recebendo tratamento possuam carga viral suprimida e não possam mais transmitir o vírus.

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De Secretaria Executiva de Comunicação