Mortes no trânsito caem 18,5% na capital

Dados da CET apontam que morreram 118 pessoas a menos em acidentes no primeiro semestre de 2015, comparado ao mesmo período do ano passado

A quantidade de mortes no trânsito caiu 18,5% no primeiro semestre de 2015, em comparação ao mesmo período de 2014. Dados consolidados da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) mostram queda de 26% no número de motoristas e passageiros mortos, de 16% de pedestres e de 14% dos motociclistas.

Acidentes fatais envolvendo ciclistas caíram quase pela metade, de 28 casos nos primeiros seis meses de 2014 para 15 entre janeiro e junho de 2015 (ver dados completos aqui).

Os números foram anunciados nesta terça-feira (29), na Chácara do Jockey. O prefeito atribuiu a queda do número de mortes ao conjunto de medidas do Programa de Proteção à Vida, implantado desde 2013, no início da atual gestão.

“Temos um Programa de Proteção à Vida que está em curso. Esses números mostram que todas as iniciativas, e não só a redução, estão dando resultados. O ciclista está mais seguro. Caiu praticamente 50% o número de mortes. Isso é malha cicloviária. Onde tem ciclovia tem mais segurança”, disse o prefeito.

Para marcar a redução no número de óbitos, a Prefeitura vai plantar em parques e clubes da cidade uma árvore para cada uma das 118 mortes evitadas. As mudas serão distribuídas na Chácara do Jockey (30), Ceret (30), Parque Tietê (20), CDC Brasilândia (18), Pelezão (10) e Vila Alpina (10). O prefeito realizou o plantio de uma dessas mudas na Chácara do Jockey, que deve ser aberta à população como parque municipal no primeiro semestre de 2016.

 

“Os números são importantes, mas estamos querendo, em função desse gesto de plantar árvores, mostrar que podemos fazer mais, cumprindo as regras de trânsito com a colaboração da CET e com o [programa] CET no seu Bairro, que está fazendo um bom trabalho instalando faixas de pedestres, semáforos para pedestres e lombadas eletrônicas, uma série de medidas que se traduziram em números significativos”, afirmou Haddad.

Uma das medidas do Programa de Proteção à Vida, o CET no seu Bairro realiza melhorias de sinalização e de organização do viário em diálogo com a população de regiões periféricas. “Esse é um trabalho feito pela própria população. Ela orienta os técnicos, que julgam a conveniência ou não de uma determinada tecnologia, mas o pedido vem da população, pois é ela que sabe onde está o perigo”, completou o prefeito.

Também foi divulgado nesta terça o índice anual de mortes no trânsito a cada 100 mil habitantes, que passou de 10,35 para 9,45 de 2014 para 2015. A meta de São Paulo é reduzir para 6 mortes a 100 mil habitantes até 2020, de acordo com compromisso firmado pela cidade com a ONU para a Década de Segurança Viária.

“A meta da ONU é reduzir em 50% o número de mortes, então temos que buscar essa meta mundial. Estamos longe dela ainda, mas 18,5% é [uma redução] muito significativa. Os números são bons? São. Mas temos um longo caminho. Podemos reduzir, e muito. Podemos reduzir a um terço as mortes no trânsito, para chegar a um patamar de uma cidade desenvolvida. Nova York tem entre um terço e um quarto das mortes de São Paulo para 100 mil habitantes. Melhoramos sim, mas podemos fazer mais”, afirmou o prefeito.

Quando o programa de redução de mortes no trânsito da ONU começou, o índice da cidade era de 12 [por 100 mil habitantes] e agora é de 9,45 [por 100 mil habitantes]. Está diminuindo. Ainda é alto, mas esse é o menor índice de mortes na cidade de São Paulo”, disse o secretário municipal de Transportes.

O prefeito também mencionou os resultados das reduções de velocidade máxima nas Marginais Tietê e Pinheiros, implementada no final de junho, destacando que a diminuição dos acidentes de trânsito ajuda a reduzir atendimentos da área da saúde, gerando uma economia que será revertida para toda a população.

“Só nesses 60 dias de redução foram economizados 70 leitos hospitalares, que significam para o SUS uma economia de R$ 40 milhões por ano, que vamos dar outra destinação, investindo em saúde, mas daquele que está precisando, doente, e não o acidentado. Esses 70 leitos representam um terço de um hospital geral completo”, ressaltou o prefeito.

Dados preliminares das primeiras oito semanas de implantação da medida, entre 20 de julho e 13 de setembro de 2015, apontam que a redução de velocidade máxima resultou na diminuição do número de acidentes e dos índices de lentidão nos horários de pico nas duas vias. O número de ocorrências com vítimas (mortos e feridos) nas Marginais caiu 36%, na comparação entre as primeiras oito semanas com os novos limites e o mesmo período de 2014. Foram 220 acidentes no ano passado, contra 140 em 2015. Os acidentes sem vítima caíram 21%, de 523 para 414 ocorrências.

“Todas as vezes que fizemos esse levantamento, as marginais se mostravam irredutíveis do ponto de vista dos acidentes. O único momento que começou a mudar foi quando reduzimos a velocidade máxima das marginais, que é depois de junho, por isso não aparece, mas já um dado importante. Apesar disso, as marginais ainda são campeãs em acidentes, inclusive os fatais”, disse Tatto.

A extensão da lentidão nas duas vias caiu 8% na média diária, em relação ao mesmo período de 2014. “O que está acontecendo em São Paulo é aquilo que a teoria disse que ia acontecer. A teoria sobre a mobilidade dizia que a redução do limite de velocidade diminui os acidentes e melhora o trânsito, ao contrário do que pensa o senso comum”, afirmou o prefeito.

De acordo com o secretário, além das duas marginais, as avenidas Jacu Pêssego, Aricanduva, M’Boi Mirim, Teotônio Vilela e o Corredor Norte-Sul são as vias com mais acidentes fatais na cidade, por conta disso, estão entre as primeiras beneficiadas por ações do Programa de Proteção a Vida e maior fiscalização, em especial, das motos. “Estamos monitorando o comportamento dos motociclistas e se [as ações que adotamos] vão diminuir os números de acidentes. Já há uma pequena mexida. A gente tem observado isso e vamos seguir monitorando para ver se é o suficiente. Se for necessário, tomaremos outras medidas, mas por enquanto, vamos melhorar a fiscalização desses veículos”, afirmou o secretário.

Programa de Proteção à Vida
O Programa de Proteção à Vida foi iniciado em 2013, no começo da atual gestão, e busca a redução de acidentes e atropelamentos na cidade ampliando uma série de ações para segurança de todos os agentes do trânsito, especialmente os pedestres. A iniciativa inclui várias frentes como o CET no Seu Bairro, a implantação de Áreas 40, da Frente Segura (bolsões de parada junto aos semáforos para motociclistas e bicicletas), das faixas de pedestres diagonais em cruzamentos de grande movimento e da redução de velocidade máxima para o padrão de 50 km/h nas vias arteriais. Também foram revitalizados os semáforos de 4.537 cruzamentos na cidade. Com isso, pretende-se melhorar a segurança dos usuários do sistema viário, buscando a convivência pacífica entre todos.

“O Programa de Proteção a Vida melhora a cidade em todos os sentidos. Protege a vida das pessoas, melhora o trânsito e o meio ambiente, porque o ciclista ajuda o meio ambiente. Além disso, ele moderniza a cidade e coloca São Paulo em pé de igualdade com as metrópoles do mundo”, disse o prefeito.

Chácara do Jockey
Além dos dados de redução do número de mortes no trânsito, o prefeito falou sobre o parque municipal que está sendo instalado na Chácara do Jockey. Após obter a posse da área de 143,5 mil metros quadrados em outubro do ano passado, o local tem recebido uma série de obras, entre elas, a retirada dos muros e a instalação de gradil. No local, ainda estão sendo construídos um Centro de Educação Infantil (CEI) e uma Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI), que atenderão 800 crianças, além da criação de equipamentos esportivos e culturais no espaço.

Na ação de desapropriação do imóvel, a administração municipal ofereceu R$ 63,9 milhões pela área e o valor da indenização será compensado pela dívida de Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) que o Jockey Club tem com a administração municipal. Com isso, a Prefeitura não desembolsará o valor da indenização para desapropriação da Chácara. Essa negociação foi formalizada pela administração municipal e o Jockey em um acordo, o que permitiu a imissão na posse da área em favor da Prefeitura. Em dezembro de 2014, um decreto publicado no Diário Oficial da Cidade de São Paulo criou o Parque Municipal Chácara do Jockey.

A abertura para o público está prevista para o primeiro semestre de 2015 e atende um pleito de 30 anos dos moradores da região. “É uma propriedade de valor inestimável, porque já é nossa e será entregue em março para a população. Talvez, seja o melhor parque da zona oeste, inclusive, beneficiando também as pessoas da zona sul, como do Capão Redondo e Campo Limpo, que tem facilidade de acesso e poderão utiliza-lo”, disse o prefeito.

De Secretaria Executiva de Comunicação