Programa de Rede de Mobilidades traz educadores de 4 países a São Paulo

O intercâmbio é o primeiro projeto entre a Prefeitura e a Organização dos Estados Iberoamericanos

Entre 13 e 17 de abril, oito educadores vindos de quatro países (Paraguai, Uruguai, Portugal e Peru) tiveram agenda na capital paulista para conhecer equipamentos e programas educacionais da Prefeitura de São Paulo.

As visitas acontecem no marco do Programa de Redes de Mobilidade para Docentes, proposta da Organização dos Estados Iberoamericanos (OEI) que tem proporcionado troca de experiências entre professores brasileiros e ibero-americanos e possibilitado a realização de projetos conjuntos com potencial de receber financiamento e apoio da OEI. “A viagem é só a semente. A Mobilidade quer criar uma rede de inovação”, explicou Claudia Baena, representante da Organização.

Este é o segundo grupo a visitar São Paulo e conhecer programas voltados à alfabetização, ações de leitura e educação para jovens e adultos, entre outros. Escolas municipais para educação infantil básica, Centros de Educação Unificados (CEUs) e o Centro Integrado para Educação de Jovens e Adultos (CIEJA) foram alguns dos destaques da programação.

Segundo Cláudia Baena, a permanência do CIEJA na grade da segunda visita partiu do interesse do primeiro grupo que veio a capital paulista em 2014. “Os primeiros professores fizeram duas fichas para a OEI e deram uma impressão pessoal da experiência. A escolha do CIEJA foi muito bem avaliada para o programa e repetimos”, contou.

Educação para Jovens e Adultos e Transcidadania

No CIEJA Cambuci, os educadores estrangeiros foram recepcionados pela coordenadora geral do espaço, Maria Adélia Ruotolo, além do quadro técnico da Secretaria de Educação. A unidade é uma das que recebem alunas do Programa Transcidadania, iniciativa intersecretarial da Prefeitura de São Paulo que oferece bolsa a transexuais, para que se qualifiquem e tenham condições de buscar oportunidades de trabalho.

Das 100 pessoas contempladas pelo programa, 70 estão matriculadas no Cambuci, onde cursam de forma modular o currículo da educação fundamental. Cada módulo corresponde a duas séries e as aulas presenciais tem duração de pouco mais de duas horas diárias.

Paula Costa, 36 anos, é uma das alunas do CIEJA Cambuci. Relatou à equipe de Relações Internacionais e Federativas que retornou em fevereiro aos bancos escolares, de onde estava distante desde os 14 anos. Contou que se inscreveu no programa graças a uma amiga e, desde então, sua vida tem mudado. “Estava morando em hotel antes, mas agora com o auxílio que recebo do programa tenho um cantinho meu. Não estou descendo para a rua como antes, porque não tenho mais a obrigação como quando estava hotel”, disse. Ela espera fechar o ciclo da educação básica e complementar seus conhecimentos com cabelo e maquiagem em cursos oferecidos pelo Pronatec.

Acordo entre São Paulo e a Organização de Estados Iberoamericanos

No fim de 2013, São Paulo assinou acordo guarda-chuva com a organização internacional em temáticas ligadas a gestão, planejamento e transparência organizacional; melhoria da educação pública municipal; incentivo à produção cultural; produção científica e tecnológica, e superação de desigualdades socioeconômicas de populações minoritárias.

O Programa de Redes de Mobilidade para Docentes no Brasil opera no âmbito federal em parceria com a CAPES. São Paulo é o primeiro munícipio a pactuar com a organização e trocar experiências no campo da educação básica. A parceria acontece também na área da Cultura e promoveu a ida de dois musicistas a Colômbia recentemente