Saúde divulga balanço de casos de dengue, chikungunya e zika na cidade

Avaliação de Densidade Larvária mostra que depósitos para guardar água de forma inadequada são os que mais acumulam focos do mosquito Aedes Aegypti

O secretário municipal de Saúde, Alexandre Padilha, apresentou nesta segunda-feira (14/03) um novo balanço sobre a situação de transmissão da dengue, da febre chikungunya e do zika vírus na cidade, com destaque para os resultados da Avaliação de Densidade Larvária (ADL).

 


Veja a apresentação

Veja os dados separados por distrito


Realizado duas vezes por ano (meses de fevereiro e outubro), o ADL mostrou que baldes/regadores e outros depósitos não elevados e não ligados à rede, que armazenam água de forma inadequada, são os que mais têm acumulado focos do Aedes Aegypti. Em fevereiro, eles representaram 32,4% dos recipientes com larvas, um aumento de 50% em relação ao mesmo período do ano passado.

“Esses resultados mostram uma tendência que já vinha sendo observada desde 2015 e que se consolida. Que o principal fator hoje, dentro da casa das pessoas, de foco larvário do mosquito da dengue, da chikungunya e do zika vírus são exatamente tonéis, caixas d’água, depósitos para reservar água com a preocupação da não oferta de água na cidade de São Paulo, principalmente na periferia”, explicou Padilha.

O balanço também apontou que até a sexta semana epidemiológica (2ª semana de fevereiro) foram notificados 13.092 casos de dengue em toda a cidade. Destes, 1.983 foram confirmados. Apesar do aumento no número de notificações, os dados apontaram uma queda no número de casos confirmados na comparação com o mesmo período de 2015 (com 2280 casos).

A zona leste continua sendo a região mais afetada, sendo Lajeado, com 159 casos, e Penha, com 109, os locais mais atingidos. A Prefeitura segue realizando diversas ações para eliminar os focos do mosquito Aedes Aegypti e para auxiliar os munícipes que são infectados pela doença.

Entre as medidas realizadas está a criação de duas tendas na zona leste da cidade. Desde a inauguração, elas já realizaram mais de 1.400 atendimentos. Na tenda de Lajeado, dos 721 atendimentos, 287 foram notificados como dengue, com quatro remoções por ambulância para serviços de internação. Já na tenda de Cangaíba, 377 dos 714 atendimentos foram registrados como dengue e houve nove remoções.

“As tendas têm sido importantes para o atendimento. Mais ou menos metade dos casos que chegam às tendas têm relação com a dengue e são notificados. Elas têm tido uma capacidade de resolver a maior parte dos casos. É um percentual muito pequeno que é transferido de ambulância para um hospital. E estamos acompanhando o comportamento dos casos em todas as subprefeituras para avaliar a instalação de outras tendas. O planejamento feito desde o final do ano passado é para a abertura de até 14 tendas, se necessário”, disse o secretário.

No caso de febre chikungunya, o município recebeu a notificação de 641 casos em 2016. Desses, três foram confirmados como residentes em outros municípios; 88 foram descartados; 530 estão em investigação; 25 foram confirmados como importados, mas residentes de São Paulo; e quatro foram confirmados como autóctones do município. Entre os casos autóctones, três são do bairro de Sacomã e um de Pirituba.


Zika Vírus

Conforme já divulgado pela Prefeitura, foi registrado no mês de fevereiro o primeiro caso de zika vírus autóctone na cidade. Este ainda é o único caso de contaminação direta no município. “A gestante apresentou o ultrassom morfológico normal. Ela está em acompanhamento, vai concluir o pré-natal e o parto na maternidade Cachoeirinha”, disse Padilha.

Com relação à microcefalia relacionada com zika, a Secretaria Municipal da Saúde registrou, de outubro de 2015 a 10 de março de 2016, 46 casos de microcefalia em investigação. Desses, 19 foram descartados por ausência da doença ou por se tratar de microcefalia por outras causas que não a zika, e seis casos ligados ao zika, mas sem que nenhum fosse confirmado como contaminação na cidade. Outros 21 casos seguem sendo investigados.

“Desde fevereiro, iniciamos um protocolo de acompanhamento das crianças e das gestantes. Temos uma expectativa ainda, porque desde dezembro foi anunciado isso, de que laboratórios como o Adolfo Lutz, do Estado, e a Fiocruz, do Governo Federal, possam desenvolver uma sorologia para zika. Ela é muito importante para o acompanhamento da gestante. Porque até esse momento o teste que temos para saber se a gestante foi infectada em algum momento é um teste que vale apenas no momento agudo da infecção”, explicou Padilha.


Toy Aedes

Ao final da coletiva, o secretário Padilha apresentou a nova ação da Prefeitura no combate ao Aedes Aegypti, o drone Toy Aedes. Com o formato do mosquito, o novo drone será utilizado nas redes municipais de ensino e nos CEUs para atividades de conscientização das crianças sobre a importância de se combater o mosquito.