Prefeitura testa novas alternativas para plantio de árvores

Projeto piloto em Cidade Patriarca, zona leste, plantou 70 mudas no asfalto, entre as duas mãos de circulação de veículos e em ilhas

A Prefeitura iniciou testes para buscar novas alternativas para ampliar o plantio de árvores na Capital. Um projeto piloto em Cidade Patriarca, zona leste, já plantou 70 mudas no asfalto, entre as duas mãos de circulação de veículos, e em ilhas. O prefeito de São Paulo visitou, no dia 11 de março, a avenida Patrocínio Paulista e a Praça Adelina Tobias de Águiar, onde o projeto Árvore no Asfalto foi implantado.

A prefeitura está desenvolvendo novas metodologias de plantio, levando em consideração as características da cidade. Como as calçadas são estreitas, as árvores ocupam um espaço precioso, necessário para o cadeirante ou para a pessoa com deficiência. Além da péssima convivência entre a fiação e as árvores. Segundo o prefeito, os testes estão sendo realizados com a supervisão de engenheiros da Companhia de Engenharia de Tráfego e por agrônomos. Os resultados serão avaliados junto com a população para definir a possibilidade de expansão do projeto.

Novas alternativas serão testadas ao longo do primeiro semestre de 2015. O objetivo é ampliar a quantidade de verde na cidade, que conta com menos de um milhão árvores em vias públicas. As árvores no ambiente urbano oferecem mais qualidade de vida à população, pois reduzem as ilhas de calor, atenuam a poluição atmosférica e sonora e oferecem mais conforto para os pedestres. No Programa de Metas 2013-2016, a meta 88 prevê o plantio de 900 mil mudas em passeios públicos e canteiros centrais.

De acordo com levantamentos realizados pela Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, a região leste é a que apresenta maior déficit de árvores por habitante.

“A árvore na cidade tem adversidades: tem o solo, a qualidade do ar, a fiação. Ao longo da história o planejamento urbano não contemplou o pedestre, então tem muitos lugares onde ou tem espaço para o pedestre ou para a árvore. Então o plantio no asfalto é uma alternativa para deixar a cidade mais verde. Na Europa e no Canadá há projetos de plantio muito semelhantes”, explicou o secretário do Verde e Meio Ambiente.

Nesta primeira etapa do projeto, sete espécies de árvores foram escolhidas, entre eles ipê, caroba, carobinha e cássia. As espécies plantadas são de médio e grande porte, com raiz pivotante, que não se espalha lateralmente. A medida visa justamente evitar a deformação do pavimento no futuro. No plantio, são também utilizados anéis de concreto que direcionam as raízes para camadas mais profundas do solo.

Outros cuidados foram de verificar se no local de plantio existem redes subterrâneas de concessionárias, como água, esgoto ou gás, ou fiação elétrica. Em seis meses, os ipês plantados começarão a ter flores. As árvores estarão adultas daqui três ou quatro anos. Após conhecer as vias em que foi implantado o projeto, o prefeito e a vice-prefeita visitaram o Viveiro Tiquatira, onde foram produzidas as mudas implantadas no asfalto. A equipe do viveiro está monitorando o crescimento e a manutenção das mudas plantadas.

Critérios técnicos

O projeto piloto estabelece que as árvores podem ser plantadas em vias pavimentadas que apresentam um volume diário médio de tráfego abaixo de 2.500 veículos, leito carroçável com 12 metros ou mais de largura, e que não sejam corredores de carga ou de ônibus.

O plantio sobre o asfalto possui baixo custo de implantação e uma única equipe consegue plantar cerca de 30 árvores por dia. Para delimitar a faixa de plantio, a Companhia de Engenharia de Tráfego implementou sinalização horizontal, com duas faixas contínuas e zebradas. Além disso, o plantio é interrompido com pelo menos sete metros de distância das esquinas transversais, de modo a garantir a visibilidade de motoristas e pedestres.

O plantio de árvores sobre o asfalto tem como objetivo proporcionar a redução gradual da temperatura em áreas bastante adensadas, com muito concreto. Estudos realizados por ambientalistas constataram uma diferença de até 10°C entre as temperaturas registradas durante o verão no centro da capital e em regiões mais periféricas, como a Serra da Cantareira, na zona norte, e Paralheiros, na zona sul.