Prefeitura inaugura primeira UPA 24 horas da cidade na região do Campo Limpo

Unidade funcionará 7 dias da semana, incluindo os feriados, como intermediária entre as Unidades Básicas de Saúde (UBS) e os hospitais. O novo equipamento fará até mil atendimentos por dia

São Paulo inaugurou na manhã do último sábado, dia 12 de abril, a primeira Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24 horas da cidade na Vila Maracanã, ao lado do Hospital Campo Limpo, na Zona Sul da capital. O equipamento, que começou a funcionar a partir da segunda-feira, dia 14 de abril operará sete dias por semana, incluindo os feriados e conta com 11 consultórios médicos, 38 leitos e quatro especialidades diferentes, além de realizar exames de raio-x, eletrocardiograma e laboratoriais. A nova unidade terá capacidade para fazer mil atendimentos por dia.

De acordo com o prefeito, a cidade terá, até 2016, 41 novas UPAs entre as que serão construídas em parceria com o Ministério da Saúde e os atuais prontos atendimento e socorros que serão credenciados para o atendimento no novo modelo. E mais, as UPAs se somarão com as Unidades Básicas de Saúde (UBS) Integrais e a Rede Hora Certa. “A fila da saúde estava subindo 25% ao ano. A cidade chegou a mais de 800 mil procedimentos aguardando agendamento. Pela primeira vez na história, em 2013, a fila caiu 21% e nós vamos continuar derrubando-a. O procedimento de ultrassom, por exemplo, levava sete meses em média para ser agendado e agora caiu para três meses e vamos continuar buscando ações para que futuramente o SUS passe a atender como um plano de saúde particular”, afirmou o prefeito.

A primeira UPA 24h da cidade é do tipo III e conta com uma área de quase 3 mil metros quadrados com consultórios informatizados e sistema de prontuário eletrônico. O módulo, em fase de implantação, integrará as informações médicas dos pacientes no SIGA para facilitar o acesso aos dados e permitir o acompanhamento clínico pelas equipes do equipamento. Quem passar pela unidade contará também com o serviço de classificação de risco, onde o usuário é atendido por uma equipe de enfermagem assim que chega à unidade, recebendo uma primeira avaliação de seu estado de saúde. A classificação varia do maior para o menor risco possibilitando que haja uma priorização dos casos mais graves. Assim, mais de 1,1 milhão de habitantes das regiões de Campo Limpo e M’Boi Mirim serão beneficiados com o equipamento de saúde.

A nova unidade de saúde funcionará em regime de pronto atendimento e emergência adulto e infantil. Ao chegar a uma UPA, o paciente é assistido e pode ser tratado na própria unidade, podendo ficar em observação por até 24 horas para elucidação diagnóstica e estabilização clínica ou, conforme o caso, encaminhado a um hospital ou para a atenção básica.

Segundo o Governo Federal, em média, as UPAs solucionam 97% dos casos. Na nova unidade, são atendidos casos de saúde que exijam atenção médica intermediária, como problemas de pressão, febre alta, fraturas, cortes, queimaduras e o primeiro atendimento de casos de Acidente Vascular Cerebral (AVC), evitando assim que os pacientes sejam sempre encaminhados aos prontos-socorros dos hospitais. “Tenho certeza que em breve vamos recuperar o tempo perdido das parcerias que o Ministério da Saúde não conseguia fazer com a cidade até então", afirmou o ministro da Saúde.”

Para quem não sabe, a gestão da nova UPA 24h é compartilhada com o Hospital Israelita Albert Einstein e, para a construção, a Prefeitura investiu R$ 6,5 milhões para as obras e R$ 2,6 milhões para os equipamentos.

O Hospital do Campo Limpo atende, em média, 12 mil pacientes por mês e estima-se que 7 mil desses usuários de pequena e média complexidade de emergência irão para a UPA. Outros investimentos na Saúde ainda serão feitos na Zona Sul.

Além do Hospital Santa Marina, no Jabaquara, que pertencia a iniciativa privada estava fechado e foi comprado pela Prefeitura, um novo hospital será construído em Parelheiros. “A Zona Sul é uma região com 3 milhões de habitantes e dentro da cidade é a que menos conta com leitos hospitalares, com 0,7 leito para cada mil habitantes, quando o desejável é de 2 a 3”, disse o secretário municipal da Saúde.

Mais sobre sua estrutura

A UPA conta em seu quadro profissional com 469 funcionários, entre médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, farmacêuticos e técnicos de farmácia, além de técnico de gesso, técnico de raio-x, assistente social e técnicos e auxiliares administrativos.

E as especialidades médicas oferecidas são: clínica médica, pediatria, ortopedia e cirurgia geral. Os médicos prestam socorro em casos de urgência, com apoio do serviço de raio-x, exames laboratoriais e eletrocardiograma.

A unidade conta ainda com 11 consultórios médicos, 38 leitos, sendo oito na sala de estabilização, sala para coleta de exames, sala de gesso, inalação, salas de medicação adulto e infantil, sala de classificação de risco (com quatro postos de trabalho simultâneos), sala de espera, farmácia, entre outras dependências.

O projeto arquitetônico da UPA Campo Limpo atende os requisitos do Ministério da Saúde referente a acessibilidade para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, com a maioria dos serviços se concentrando no térreo. O local ainda conta com elevador que permite acesso ao 1º pavimento onde ficam os leitos de observação. Já o segundo pavimento tem função administrativa e abriga as salas administrativas, de reunião, conforto equipe e conforto médico, além de almoxarifado e rouparia.

O que são as UPAs

A Política Nacional de Urgência e Emergência de 2003 integrou as unidades de saúde e dividiu a atenção às urgências no Sistema Único de Saúde (SUS) em quatro frentes. No nível da Atenção Básica, as equipes de Saúde da Família (ESF) e as UBS têm como prioridade a orientação assistencial a um número determinado de famílias e acolhimento das urgências de menor complexidade. Enquanto que o componente móvel, por meio do SAMU 192, faz a estabilização dos pacientes no local da ocorrência e o transporte seguro para as unidades de saúde indicadas. Já às UPAs cabe o atendimento das urgências de média complexidade, ajudando a desafogar os prontos-socorros, ampliando e melhorando o acesso dos brasileiros aos serviços de urgência no SUS. E por fim, os setores de urgência dos hospitais realizam o atendimento das demandas de maior complexidade.

Programa Mais Médicos

É importante salientar ainda que a cidade de São Paulo ganhará nas próximas semanas 76 novos médicos pelo programa do Governo Federal Mais Médicos. Atualmente, 160 profissionais já atuam na cidade e em breve esse número chegará a 236 novos profissionais. Em todo o Estado, o programa já trouxe cerca de 2.101 médicos. E mais 128 cidades do País também irão receber médicos nesse novo ciclo, chegando a 14 mil profissionais contratados desde o início do programa em todo o Brasil.