Fab Lab amplia o programa de inclusão digital da cidade

Ainda este ano, São Paulo deverá contar com 12 laboratórios de fabricação digital em espaços públicos

 Primeiro foram os telecentros, criados há 15 anos como forma de suprir a dificuldade que a população tinha para se manter conectada à Internet. No ano passado foi a vez do WiFi Livre SP ser implantado em mais de cem logradouros públicos e oferecer acesso gratuito à rede mundial de computadores. Ainda no ano passado, o projeto Redes e Ruas, com 59 atividades culturais diferentes, chegou para ampliar o conteúdo dos telecentros, bem como para abrir espaços nas praças e ruas para o debate de assuntos de interesse do cidadão.

Agora, em um passo mais adiante, a prefeitura, por meio da Secretaria de Serviços, anuncia que deverá implantar ainda este ano 12 laboratórios de fabricação digital, os chamados “Fab Labs”, em toda a cidade. São espaços compostos por computadores, impressoras 3D (produzem modelos tridimensionais), fresadora CNC (usada para cortes ou debastes de materiais com precisão milimétrica, como madeira, MDF, ispor etc), cortadora a laser (corta e grava com precisão papéis, tecidos, acrílicos, madeiras, plásticos etc), fresadora de precisão (capaz de produzir placas de circuitos eletrônicos), e cortadora de vinil (corta com precisão adesivos e papéis de gramaturas variadas.

A informação foi confirmada ontem (04/02) pelo secretário de Serviços, Simão Pedro, ao apresentar o Programa Municipal de Inclusão Digital na oitava edição da Campus Party, considerada um dos mais importantes eventos de inovação tecnológica e entretenimento do mundo. “O objetivo é oferecer ao cidadão a possibilidade de desenvolver ideias e permitir ao pequeno empreendedor espaço para colocar em prática suas criações”, destacou.

Nos próximos dias, a Secretaria de Serviços, por meio da Coordenadoria de Conectividade e Convergência Digital (CCCD), deverá lançar o edital para chamamento público de organizações ou entidades sem fins lucrativos para a celebração de convênio, visando a criação e operação desses laboratórios. “Com isso, o que se espera é que a cidade de São Paulo se torne uma referência na disponibilização desses laboratórios em espaços públicos”, salientou. Hoje, a capital paulistana dispõe apenas de duas unidades: uma particular e outra instalada na Universidade de São Paulo (USP), destinada apenas aos professores e alunos da instituição.

Inicialmente, o convênio a ser firmado prevê investimentos de R$ 9 milhões para um período de dois anos. Desse total, estima-se que R$ 3,5 milhões serão utlizados em insumos, cursos de formação, capacitação de profissionais (recursos humanos) e comunicação. Outros R$ 2 milhões destinam-se à aquisição de equipamentos e ferramentas.

Ao todo, serão implantados quatro grandes laboratórios (Centro Cultural Cidade Tiradentes, Centro de Convivência de Heliópolis, Olido Cibernarium e Centro Esportivo Tietê) e oito minilaboratórios em espaços como Vila Itororó, Centro Cultural São Paulo e Chácara do Jockey.

Os laboratórios oferecerão cursos de formação, desde a introdução às metodologias de produção dos “fab labs” e suas ferramentas, desenvolvimento de produtos personalizados, ao enfoque em design, fabricação digital, eletrônica e programação, tendo como objetivo a criação de equipamentos, máquinas, objetos e softwares que proponham soluções para desafios necessariamente relacionados a questões urbanas locais.

No estande da prefeitura montado na Campus Party, é possível checar como funciona um fab lab, além de se inteirar dos outros programas de inclusão digital mantidos pela municipalidade.