Eliminação de criadouros é o foco principal da prefeitura no controle da dengue e chikungunya

"As medidas de prevenção e controle tanto da dengue quanto da chikungunya propostas pelo novo plano no período pré-transmissão incluem ainda visitas casa a casa, trabalho realizado pelos agentes de zoonoses a fim de identificar o acúmulo de água e criadouros de mosquito"

 

A Prefeitura de São Paulo reuniu todas as subprefeituras da cidade, com subprefeitos, assessores de comunicação e funcionários da defesa civil, em reunião na sua sede principal, que contou ainda com a participação da vice-prefeita, do secretário de saúde e a coordenadora da Coordenação de Vigilância em Saúde (Covisa), para apresentar o Plano Municipal de Controle do Aedes Aegypti aos Comitês de Combate à Dengue. Também participou da reunião o secretário municipal de Coordenação das Subprefeituras.
Devido aos altos surtos de dengue e à preocupação com a evolução da febre chikungunya transmitida pelo mesmo mosquito a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), por meio da Covisa, organizou a revisão do Plano Municipal de Vigilância e Controle da Dengue, que tem como base o Plano Nacional de Controle da doença. E o resultado é o Plano Municipal de Controle do Aedes, apresentado hoje aos recém-formados Comitês de Combate à Dengue durante uma reunião de trabalho. O objetivo principal é a eliminação de criadouros e, para isso, a Prefeitura conta com a participação, colaboração e o apoio efetivo de toda a sociedade.
“O importante em relação à doença é a prevenção e a promoção da saúde. Depois que a pessoa adoece, é outro encaminhamento. Dessa forma, é necessário evitar que a doença se instale e, para que isso aconteça, no caso da dengue e da chikungunya, precisamos controlar e eliminar o vetor que é o mosquito transmissor”, explicou a coordenadora da Covisa.
É importante frisar ainda que o Plano de Combate à Dengue será implementado em todas as subprefeituras. E os comitês são constituídos por subprefeitos, munícipes, profissionais das Supervisões Técnicas de Saúde (Suvis) e das Coordenadorias Regionais de Saúde (CRS). Os trabalhos exercidos por eles funcionarão como uma força tarefa e contarão com apoio de outras secretarias como Habitação e Educação.
E por fim, também cabe aos comitês propor novas estratégias de intervenção no território, no âmbito de cada secretaria; contribuindo nas ações de mobilização social e de comunicação; ajudando a constituir grupos internos de controle da dengue em cada unidade de prestação de serviço público municipal para verificar e eliminar possíveis criadouros; bem como auxiliar na coordenação às operações Cata-Bagulho; de limpeza e manutenção de córregos, bueiros, terrenos, praças e vias públicas; fornecendo os dados cadastrais de identificação de imóveis; comunicando os riscos das áreas de transmissão; organizando assim ações conjuntas dos imóveis de acumuladores e de materiais inservíveis, e por fim dando apoio nas ações de ingresso aos imóveis abandonados e desabitados.
Um pouco mais sobre o Plano Municipal de Controle do Aedes
As medidas de prevenção e controle tanto da dengue quanto da chikungunya propostas pelo novo plano no período pré-transmissão incluem ainda visitas casa a casa, trabalho realizado pelos agentes de zoonoses a fim de identificar o acúmulo de água e criadouros de mosquito; visitas quinzenais aos pontos estratégicos, como pátios que guardam veículos recolhidos pela cidade e cemitérios, visitas mensais realizadas nos chamados imóveis especiais, e que possuem grande circulação de pessoas, como escolas, hospitais, entre outros.
Na fase de transmissão, as ações incluem bloqueio de criadouros, bloqueio de nebulização e nebulização veicular, também conhecida como fumacê. “É importante ressaltar que o fumacê nunca é a primeira opção para o controle do mosquito. Ele é a última. O fumacê só entra em campo quando todas as outras ações não conseguiram controlar a doença”, disse a coordenadora da Covisa.
Dentro da reestruturação do programa, a SMS publicou em 5 de novembro a portaria de nº 2.286, que tornou obrigatória a notificação imediata dos casos de dengue. A de chikungunya já era obrigatória para 24 horas. “A notificação imediata propicia agilidade para a área de controle e possibilita a ação oportuna, para que os agentes adotem em tempo oportuno as medidas de controle adequadas”, afirmou a coordenadora da Covisa.
Prevenção e promoção da saúde
Filippi frisou que investir na prevenção e promoção da saúde é importante para que a ação chegue antes da doença. “Essa é a melhor maneira de praticar e fazer saúde pública numa cidade-país, numa cidade de 12 milhões de habitantes que está inserida numa região metropolitana de aproximadamente 21 milhões [de pessoas]”, afirmou.
O secretário da Saúde destacou ainda que, para obter sucesso nesse enfrentamento, é necessária a colaboração de todos. “Precisamos desse envolvimento e fazemos esse trabalho porque a ameaça é grande. Neste ano tivemos dez vezes mais casos de dengue na cidade de São Paulo, ou seja, um valor superior ao mesmo período do ano passado. Era uma incidência baixa e evoluiu para uma incidência média. Mas, agora, se multiplicarmos por dez vezes essa incidência média, vamos obter um resultado que não queremos alcançar. E por isso devemos evitar. E para evitar é necessário investir na prevenção e na promoção”, disse.
Nádia falou sobre a importância do enfrentamento em conjunto. “Devido ao racionamento de água, temos um complicador: guardar água. Isso pode aumentar o número de lugares e recipientes em que as pessoas vão guardar água e talvez elas não cubram, não tampem. Temos um quadro que pode se complicar. Por isso, temos uma responsabilidade muito grande de fazer as coisas acontecerem”, afirmou.

 

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