M’Boi Mirim terá oficina de cinema e documentário aberta a população e que retrata história de jovens da região.

Com o tema "Mais um? Talvez" o projeto fará um ciclo de oficinas durante os sábados na periferia das Zonas Leste e Sul da capital paulista

O Combo de Arte Independente, coletivo contemplado pelo programa VAI – Valorização de iniciativas culturais, apresenta o projeto “Mais um? Talvez”. Durante os meses de maio e junho, o grupo percorrerá os bairros de São Mateus e Jardim São Luis contemplando jovens que participarão do documentário. Os jovens recrutados deverão ter entre 16 e 29 anos e além de participarem dos cursos, serão beneficiados pelo conhecimento que a grande telona proporciona.

A trama do documentário se resume na história de Nicolas de Souza, mais conhecido como Nico; um jovem pai de família de 25 anos, morador da periferia de São Paulo, que após sair da prisão, tenta reestruturar sua vida e criar sua filha recém-nascida, lutando contra os estigmas de ex-presidiário. A partir daí, Nico passa a conhecer melhor a si mesmo e o bairro onde vive.

E mais, o filme será o resultado de um processo de oficinas de audiovisual gratuitas em fins de semana alternados, para jovens e adolescentes moradores de periferia das zonas leste e sul de São Paulo, dando prioridade a jovens que já tenham antecedentes criminais e/ou casos de criminalidade na família, nos bairros de São Mateus, Iguatemi e São Luís (Bloco do Beco) e em outros espaços culturais comunitários.

Assim, após este processo, a ideia é criar uma rede entre os palestrantes, equipe técnica, jovens que passaram pelas oficinas e instituições sociais de cunho audiovisual amigas do projeto a fim de estabelecer e consolidar ainda mais o contato direto com esses jovens para acompanhar de perto o seu desenvolvimento pós-projeto, como também possibilitar diálogos com as instituições com o objetivo de inserir esses jovens em cursos profissionalizantes da área.

Luciano José, do coletivo O Combo de Arte Independente, ficou surpreso com a boa recepção dos jovens (14 a 16 anos) com os documentários apresentados. “Mostramos o filme O Bicho, documentário que retrata o estilo de vida dos grafiteiros”, ressalta o mesmo, que afirma ainda sentir o desejo da juventude em produzir cenas do mundo em que vive. Com pouco recurso, até mesmo com uma câmera de celular, “a galera pode produzir documentários”, finaliza ele.