Município intensifica ações de combate à dengue em distritos considerados críticos

Capital Paulista tem taxa de incidência de 10,4 casos para cada 100 mil habitantes. Notificações dispararam em distritos próximos a Osasco: Lapa, Jaguaré e Rio Pequeno, além de Tremembé e Vila Jacuí. Primeiro óbito por dengue grave foi confirmado no último dia 7 de abril.

O registro de casos de dengue neste ano em São Paulo aumentou em 15,4% na comparação com o mesmo período de 2013. Essa comparação é feita considerando as notificações recebidas nas primeiras 13 semanas epidemiológicas e pode variar na medida em que os casos são notificados pelas unidades de saúde.

Até o momento, já foram notificados 1166 casos de dengue em 2014, o que resulta em uma taxa de incidência de 10,4 (casos para cada 100 mil habitantes), taxa esta considerada baixa, de acordo com o Ministério da Saúde. Nessa mesma época em 2013, foram registrados 2.617 casos e índice de 23,3.

De acordo com o secretário municipal de Saúde, a ausência de chuvas neste Verão atrasou o aparecimento e transmissão da doença, já que as larvas do mosquito Aedesaegypti dependem da água para chegarem na fase adulta, quando o mosquito se torna transmissor da doença. “O que identificamos é que existe uma defasagem em relação aos outros anos de duas a três semanas. Temos de nos preparar porque o pico que acontecia em março, vai acontecer em abril”, explicou o secretário.

Por isso, a Supervisão de Vigilância em Saúde (SUVIS) da região da Lapa e do Jaguaré vem realizando ações de prevenção e combate ao mosquito. Ao todo, já foram realizados 230 bloqueios de criadouros (cada bloqueio equivale em média a nove quarteirões e 500 imóveis) e 224 bloqueios de nebulização (aparelho costal). Além disso, três operações Cata-Bagulho foram realizadas em parceria com as subprefeituras para a retirada de lixos que possam acumular água.

Na última segunda-feira, dia 7 de abril, a Prefeitura realizou uma ação conjunta com o município de Osasco na região do Parque Continental (subprefeitura da Lapa), em área próxima ao limite entre as duas cidades. Ações concentradas de prevenção e eliminação de focos de dengue começaram às 6h30 com a circulação do nebulizador pelas ruas do bairro. Em seguida, por volta das 9h, cerca de 40 agentes iniciaram os trabalhos de orientação e bloqueio de criadouros nas casas da região. Os agentes distribuíram folhetos, checaram e eliminaram possíveis criadouros e deram também orientações de prevenção. Foram distribuídas ainda redes para a proteção das caixas d’água. Segundo a Covisa, o bairro receberá três dias de cuidados intensivos.

Segundo o Secretário da Saúde., em cerca de 30% das residências as pessoas se recusam a receber os agentes da Prefeitura. “Quero tranquilizar a população, dizendo que quando os agentes chegam em suas casas estão fazendo a ação mais importante de saúde: que é a prevenção”, finalizou o mesmo.

Em toda a cidade, até a semana passada, foram realizadas as seguintes ações:

- Orientação em 272 mil imóveis (com distribuição de panfletos)

- Visitas e bloqueios de criadouro em 107 mil imóveis;

- Nebulização em 11 mil imóveis (através de aparelho costal);

- 120 mil visitas de casa em casa

- 6 mil ações em pontos estratégicos (desmanches, ferro velhos, floriculturas, borracharias, etc)

Detalhamento das notificações

Dos 98 distritos da capital paulista, cinco apresentam alto índice de incidência. No bairro do Jaguaré, por exemplo, foram registrados até o momento 208 casos e o índice é de 417,1, taxa considerada alta. Já na região da Lapa, foram 112 casos e índice de 170,4, taxa considerada média. Enquanto no bairro do Rio Pequeno foram notificados 114 casos e o índice é de 96,2, limítrofe para médio.

Outros dois distritos, Tremembé, na zona norte, com 38,5 casos por 100 mil habitantes; e Vila Jacuí, na zona leste, com 30,2 casos, também apresentam índices acima da média da cidade. Ambos fazem limite com o município de Guarulhos.

Lembrando que os dados detalhados (por ano e subprefeitura) são variáveis. E as unidades de Saúde públicas e privadas são responsáveis pelo envio das notificações para as Supervisões de Vigilância em Saúde que analisam os casos e lançam no sistema federal (SINAN). Na semana passada, a cidade ainda tinha notificações inferiores ao mesmo período do ano passado, mas com o indicativo de alta nos distritos da zona oeste já mencionados anteriormente.

“Vamos dar todo o apoio e com isso, aperfeiçoar essa ação preventiva em conjunto. Foram feitas poucas operações Cata Bagulho, apenas três e nós podemos fazer mais na questão do combate ao entulho, resto de obras, e de material de fora do espaço público que são propícios para a reprodução do mosquito. Vamos fazer ação focada e com muita determinação nessa região”, afirmou o secretário.

Clique aqui e veja os dados por distrito e por semana epidemiológica (Esta planilha é atualizada às quintas e contabiliza dados por semana epidemiológica).

Óbito – Informação atualizada em 7 de abril: A Secretaria Municipal de Saúde confirmou na última segunda-feira, o primeiro óbito por dengue grave no município. I.B., 6 anos, morreu na quarta (2 de abril). A criança foi levada ao Pronto-Socorro Municipal João Catarin Mezomo (Lapa) no dia 31 de março, com relato de febre há cinco dias, vômito e dor abdominal. Recebeu hipótese diagnóstica de dengue. Foi acolhido, avaliado, medicado e assistido até a transferência para UTI do Hospital Universitário da USP no dia 1º de abril.

Como prevenir

- Pratos de vasos de plantas devem ser preenchidos com areia;
- Tampinhas, latinhas e embalagens plásticas devem ser jogadas no lixo e as recicláveis guardadas fora da chuva;
- Latas, baldes, potes e outros frascos devem ser guardados com a boca virada para baixo;
- Caixas d’água devem ser mantidas fechadas com tampas íntegras sem rachaduras ou cobertas com tela tipo mosquiteiro;
- Piscinas devem ser tratadas com cloro ou se não estiver em uso deverá ser coberta;
- Pneus devem ser furados ou guardados em locais cobertos;
- Lonas, aquários, bacias, brinquedos devem ficar longe da chuva;
- Entulhos ou sobras de obras devem ser cobertos, destinados ao lixo ou a “Operação Cata-Bagulho”;
- Cuidados especiais para as plantas que acumulam água como bromélias e espadas de São Jorge,não esquecendo de colocar água só na terra.

Atenção para os principais sintomas da doença

A presença de dois sinais, combinada com febre alta, é indicação para procurar o serviço médico, principalmente, quem está chegando de viagem de região contaminada. Os sintomas da Dengue Clássica como é chamada, acrescida de dor abdominal contínua, suor intenso e queda de pressão caracterizam a Dengue Hemorrágica.
- Febre alta (acima de 38°C)
- Fraqueza e prostração

- Dor no corpo e nas juntas
- Dor de cabeça
- Dor no fundo dos olhos (Sem resfriado ou coriza)

Entenda o índice: Taxa de incidência de dengue*

0 a 100 casos por 100 mil/habitantes - baixa incidência

100 a 300 casos por 100 mil habitantes - média incidência

acima de 300 casos por 100 mil habitantes - alta incidência