No último dia 25 de maio, aconteceu a 1ª audiência pública voltada para as demandas do público jovem da região denominada "Fundão" do Jardim Ângela, que abrange bairros como Alto do Riviera, Jardim Nakamura, Parque do Lago, Jardim Aracati, Cidade Ipava, Jardim Capela, Jardim Vera Cruz, Horizonte Azul e Vila Calu. O palco do inédito encontro promovido pela Subprefeitura M´Boi Mirim em parceria com a Rede da Juventude, Criança e Adolescente (Juca), entidade que visa a proteção desse público, foi o teatro do CEU Vila do Sol.
O evento reuniu cerca de 130 pessoas, em sua maioria jovens e adolescentes, que reivindicaram, protestaram pacificamente com cartazes e destacaram muitos dos problemas enfrentados pela juventude da periferia paulistana. Estiveram também presentes o subprefeito de M´Boi Mirim, Antonio Carlos Dias, o coordenador municipal da Juventude, Gabriel Medina, entre outros representantes do poder público.
Na lista de dificuldades relatadas pelos jovens constam a falta de transporte adequado, ausência de opções de lazer e cultura, precariedade da rede de ensino, drogas e violência. “Não temos cultura aqui. É preciso investir em coisas que façam o jovem crescer e evitar o mundo das drogas” , clamou Luís Augusto Santos, de 13 anos.
“Todo dia perco de três a quatro horas no trânsito da Estrada M´Boi Mirim para ir trabalhar. É um tempo perdido que eu poderia aproveitar fazendo academia ou um curso”, desabafou Denise Matos, de 24 anos.
Um grupo de skatistas pediu ainda a criação de um Skate Park na região. “Além de esporte, o skate é arte, lazer e vida”, bradaram. A construção de uma pista da modalidade está em estudo por parte da equipe da subprefeitura.
Apesar de críticos, os jovens também elogiaram a oportunidade de contato direto com as autoridades públicas. “Essa audiência é uma ação importantíssima, porque nunca aconteceu antes. O investimento aqui no Fundão é questão de humanidade”, endossou Isaac de Souza Faria, 20 anos, um dos líderes da Rede Juca.
Protagonistas
Fazendo valer o tema da audiência pública “Agora é nossa vez, nossa hora de falar”, os jovens do Fundão soltaram a voz e conduziram os rumos do evento desde o início. A abertura da audiência contou com apresentações de dança e teatro protagonizadas pelos jovens artistas locais.
Além disso, alguns estudantes realçaram o caráter participativo da atividade e propuseram até que as autoridades se sentassem ao lado do público, descompondo a mesa formada da audiência. A proposta foi prontamente atendida, e os jovens se fizeram ouvir de perto num importante ato de inclusão e cidadania.